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Relatório critica EUA por mortes de civis no Afeganistão

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) respondeu que investiga todos os relatos críveis de casualidades civis


	Soldado no Afeganistão: relatório focou em 10 incidentes, ocorridos entre 2009 e 2013
 (Brandon Aird / U.S. Army / Wikimedia Commons)

Soldado no Afeganistão: relatório focou em 10 incidentes, ocorridos entre 2009 e 2013 (Brandon Aird / U.S. Army / Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2014 às 16h59.

Cabul - Os EUA falharam na investigação de mortes de civis, incluindo possíveis crimes de guerra, que ocorreram durante sua intervenção militar no Afeganistão, afirmou nesta segunda-feira a Anistia Internacional.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) respondeu que investiga todos os relatos críveis de casualidades civis, sem se referir às reivindicações específicas do grupo.

Um relatório publicado pela Anistia focou em 10 incidentes, ocorridos entre 2009 e 2013, nos quais, de acordo com o grupo, morreram cerca de 140 civis.

Segundo os integrantes da Anistia, a vasta maioria dos familiares contatados disse nunca ter sido entrevistada por investigadores militares dos EUA.

A maior parte dos incidentes envolveu bombardeios aéreos e ataques noturnos executados pelas forças de segurança norte-americanas.

Ambas as táticas suscitaram críticas de civis e do governo afegão, que acusam os EUA de não tomarem cuidado suficiente para evitar a morte de moradores das regiões atacadas.

Em dois dos casos - um na província de Paktia em 2010, e outro na província de Wardak, entre novembro de 2012 e fevereiro de 2013 - houve "evidências abundantes e convincentes de crime de guerra", informou o relatório.

"Nenhuma das ocorrências que investigamos - envolvendo mais de 140 mortes de civis - foi julgada pelo Exército norte-americano", declarou o diretor para Pacífico Asiático da Anistia Internacional, Richard Bennett.

"Evidências de possíveis crimes de guerra e assassinatos ilegais foram, aparentemente, ignoradas."

Em nota, a OTAN afirmou ter examinado o relatório do grupo, mas não fez comentários sobre os casos específicos citados.

A organização diz ter investigado todos os relatos críveis de mortes de civis em suas operações quando as circunstâncias permitiram.

"A liderança da coalização também assegura que a Otan toma medidas para minimizar os riscos dos civis durante operações militares e trabalha com nossos parceiros afegãos para que façam o mesmo", informou a organização.

A Otan afirmou que as mortes de civis em suas operações caíram 77% no ano passado.

Os civis afegãos sofrem com o aumento de ataques na região desde que o Exército norte-americano deixou o combate e as forças de segurança afegãs retomaram a liderança do conflito contra o Taleban.

O número de civis mortos na guerra no Afeganistão cresceu 17% na primeira metade deste ano na comparação com o mesmo período de 2013, informou a Organização das Nações Unidas (ONU) em julho.

As Nações Unidas determinaram, no entanto, que os combatentes do Taleban foram responsáveis pela maioria das morte de civis. Insurgentes foram responsáveis por 74% das casualidades.

As tropas estrangeiras causaram apenas 1% das mortes. No relatório, a Anistia Internacional confirma que as forças da OTAN e dos EUA fizeram esforços significativos para evitar a morte de civis, mas questiona a falta investigação nos casos citados.

Fonte: Associated Press.

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