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Reino Unido anuncia mudança de rumo econômico, mas primeira-ministra continua na corda bamba

Novo ministro das Finanças britânico, Jeremy Hunt admitiu erros do governo e falou em "decisões muito difíceis'

Liz Truss: primeira-ministra do Reino Unido (Anna Moneymaker/Getty Images)

Liz Truss: primeira-ministra do Reino Unido (Anna Moneymaker/Getty Images)

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AFP

Publicado em 15 de outubro de 2022 às 14h34.

Última atualização em 15 de outubro de 2022 às 14h34.

O  novo ministro das Finanças britânico, Jeremy Hunt, admitiu neste sábado (15) os "erros" do governo e garantiu que tomaria "decisões muito difíceis" diante da crise que o país atravessa, uma mudança de rumo que pode não ser suficiente para a primeira-ministra Liz Truss salvar seu posto.

"Truss luta por sua sobrevivência", disse a principal manchete do The Times no sábado, ao afirmar que "mesmo em Downing Street, altos funcionários acham que é apenas uma questão de tempo até que ela seja forçada a sair".

"Truss se agarra ao poder", publicou o Daily Telegraph em sua primeira página. Segundo o jornal conservador, parlamentares continuam conspirando para que ela deixe a liderança do Executivo o mais rápido possível.

Neste sábado, Hunt admitiu que "erros" foram cometidos, tanto pela primeira-ministra Liz Truss, como pelo seu antecessor no ministério, Kwasi Kwarteng, demitido no dia anterior.

"A primeira-ministra reconheceu isso e é por isso que estou aqui", acrescentou em uma entrevista ao canal de televisão Sky, em suas primeiras declarações públicas desde sua nomeação.

Hunt, ex-ministro das Relações Exteriores e da Saúde e próximo de Rishi Sunak - adversário de Truss na campanha por Downing Street - deve assumir o controle do orçamento anunciado em de setembro por seu antecessor e muito mal recebido pelos mercados, boa parte do Partido Conservador e da população.

"O que posso fazer é mostrar que podemos financiar nossos projetos sobre impostos e gastos e isso exigirá decisões muito difíceis", alertou Hunt, que parece disposto a abandonar inúmeras promessas de campanha da primeira-ministra.

Hunt anunciou que "alguns impostos não serão cortados tão rápido quanto as pessoas gostariam. Alguns vão subir".

A líder conservadora, no poder há pouco mais de um mês, finalmente concordou em aumentar o imposto corporativo, uma medida do governo anterior que ela estava determinada a abolir.

Falta de confiança

A nomeação de Hunt deve tranquilizar tanto os mercados, quanto o Partido Conservador.

Uma de suas primeiras ações como novo ministro foi se reunir com Andrew Bailey, presidente do Banco da Inglaterra, que teve que agir com urgência para acalmar os mercados após a apresentação do plano econômico.

Para a imprensa britânica, Hunt agora aparece como homem-forte do governo, enquanto Truss está consideravelmente enfraquecida por suas mudanças de posição. Tampouco foi convincente em sua coletiva de imprensa mais recente.

Para o Financial Times, Truss sacrificou Kwarteng "em uma tentativa de salvar" sua cabeça em Downing Street, mas "a única coisa que une o partido (conservador) é a falta de confiança em Truss".

Na sexta-feira, a primeira-ministra evitou perguntas sobre seu destino pessoal, insistindo que continuava "absolutamente determinada" a implementar sua política de apoio ao crescimento.

"Me sinto totalmente enganado", estimou o deputado conservador Christopher Chope à BBC, afirmando que a líder parecia "em total oposição a tudo o que apoiou em sua eleição".

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