Mundo

Rebelde sírio morde coração de soldado morto, mostra vídeo

Segundo Human Rights Watch, vídeo é emblemático de uma guerra civil que se transformou rapidamente numa batalha de ódio sectário e assassinatos por vingança

Muro danificado é visto Damasco, na Síria: conflito começou com protestos pacíficos em 2011, que foram suprimidos por uma guerra civil cada vez mais sectária (Agência Sana/divulgação via Reuters)

Muro danificado é visto Damasco, na Síria: conflito começou com protestos pacíficos em 2011, que foram suprimidos por uma guerra civil cada vez mais sectária (Agência Sana/divulgação via Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2013 às 13h07.

Beirute - Um vídeo de um comandante rebelde sírio arrancando e mordendo o coração de um soldado é emblemático de uma guerra civil que se transformou rapidamente numa batalha de ódio sectário e assassinatos por vingança, disse a organização humanitária Human Rights Watch nesta segunda-feira.

O grupo com sede em Nova York disse que um vídeo amador postado na Internet no domingo mostra Abu Sakkar, um dos fundadores da Brigada Farouq conhecido por jornalistas como um rebelde da cidade de Homs, cortando o peito de um soldado morto.

O vídeo provocou indignação tanto entre os partidários do presidente sírio, Bashar al-Assad, como entre figuras da oposição.

"Juro por Deus, vamos comer seus corações e seus fígados, seus soldados de Bashar, o cão", diz o homem para companheiros fora de quadro no vídeo que aplaudem e gritam "Allahu akbar (Deus é grande)".

O conflito sírio começou com protestos pacíficos em março de 2011, mas estes foram suprimidos gradualmente por uma guerra civil cada vez mais sectária que, de acordo com um grupo de oposição, já custou mais de 80 mil vidas.

Peter Bouckaert, da Human Rights Watch, disse que tinha visto uma cópia do vídeo original não editado e que a identidade de Abu Sakkar foi confirmada por fontes rebeldes em Homs e por imagens dele em outros vídeos usando o mesmo casaco preto, assim como no mais recente vídeo, e com os mesmos anéis em seus dedos.

"A mutilação dos corpos dos inimigos é um crime de guerra. Mas a questão ainda mais grave é a descida muito rápida a uma retórica sectária e à violência", disse Bouckaert.

Ele disse que, na versão não editada do filme, Abu Sakkar instrui seus homens a "abater os alauítas e levar seus corações para comê-los", antes de ele próprio morder o coração.

Acompanhe tudo sobre:GuerrasPrimavera árabeSíria

Mais de Mundo

Trump critica democratas durante encontro com Netanyahu na Flórida

Milei diz que a Argentina apoia o povo venezuelano em sua 'luta pela liberdade'

Venezuela fecha fronteiras terrestres e barra entrada de avião com ex-presidentes do Panamá e México

Por que Kamala Harris é 'brat' — e como memes podem atrair o voto dos jovens e da geração Z

Mais na Exame