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Radiação nos limites de Fukushima está oito vezes maior

Segundo a Tepco, empresa responsável pela usina, o aumento se atribuiu à radiação emitida pela água contaminada que é utilizada para o resfriamento dos reatores


	Especialistas ao lado da central nuclear de Fukushima, em 13 de novembro de 2013
 (Tepco/AFP)

Especialistas ao lado da central nuclear de Fukushima, em 13 de novembro de 2013 (Tepco/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2014 às 08h35.

Tóquio - Os níveis de radiação nos limites da central de Fukushima estão oito vezes maiores, segundo medições feitas em agosto do ano passado, por causa do armazenamento de água contaminada, informou neste sábado o jornal "Mainichi".

Segundo as medições da Tepco, a empresa responsável pela usina, a radiação acumulada nessa área pela exposição com a água contaminada, escombros e outros resíduos era de 1 millisievert por ano em março de 2013, dentro do limite recomendado, mas aumentou para 7,8 em agosto.

Este aumento se atribuiu à radiação emitida pela água contaminada armazenada que é utilizada no processo de resfriamento dos reatores danificados pelo tsunami de 2011.

No mês de abril do ano passado, a operadora detectou que alguns dos contêineres subterrâneos estavam com vazamentos e, por isso, a água contaminada escorreu para os tanques situados em um descampado próximo dos limites da central.

Desde então, os níveis de radiação nessa área ao sul da usina foram aumentando.

A água armazenada nos tanques contém principalmente estrôncio-90 e outros materiais radioativos emissores de radiação beta.


Esse tipo de radiação pode ser facilmente bloqueado por uma fina lâmina de metal, mas quando bate nas paredes interiores dos tanques são gerados raios X, com uma maior capacidade de penetração nos materiais, o que está contribuindo para o aumento do nível de radiação na região.

O regulador nuclear do Japão exigiu que a Tepco especificasse claramente quando vai conseguir reduzir a radiação nos limites da central para um 1 millisievert por ano, o nível recomendado pela Comissão Internacional de Proteção Radiológica.

Durante uma reunião ontem, o regulador japonês reiterou a necessidade de se fazer revisões anuais para determinar se a situação apresenta uma melhora, informou a agência "Kyodo".

O acidente provocado pelo terremoto e tsunami de 11 de março de 2011 na central de Fukushima causou o pior desastre nuclear desde o de Chernobyl (Ucrânia) em 1986.

Cerca de 52 mil pessoas que viviam perto da usina tiveram que deixar seus lares por causa dos perigos da radiação, que também afetaram gravemente a agricultura, a pecuária e a pesca local. 

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