Quem é quem nas eleições presidenciais da França
O próximo domingo dá início a um período decisivo na França com o 1º turno das eleições presidenciais. Veja como está o panorama da disputa
Gabriela Ruic
Publicado em 21 de abril de 2017 às 07h00.
Última atualização em 21 de abril de 2017 às 07h00.
São Paulo – O próximo final de semana dá início a um período decisivo na França . Neste domingo, 23 de abril, acontece o primeiro turno das eleições presidenciais mais polêmicas já vistas no país.
Os franceses estarão diante de candidatos com perfis diferentes e que prometem mudanças bruscas de direção. Ao todo, são 5 os principais nomes disputando o pleito e EXAME.com preparou um pequeno guia que mostra como está o panorama da disputa eleitoral até o momento, incluindo quem são os pretendentes e como é o processo eleitoral no país. Veja abaixo.
Quem são os candidatos?
São os seguintes: Emmanuel Macron (Em Marcha!), Marine Le Pen (Frente Nacional), François Fillon (Os Republicanos), Jean-Luc Mélenchon (França Insubmissa) e Benoit Hamon (Partido Socialista). Veja abaixo quem são cada um deles e seus posicionamentos em diferentes temas urgentes na França de hoje.
- Macron
Com 39 anos, é considerado o candidato centrista da disputa. Ex-ministro da Economia, nunca participou da administração pública em cargo eletivo. Em relação à permanência da França no bloco europeu, uma das questões mais urgentes em debate na corrida presidencial, é a favor da permanência e fortalecimento do euro. É contra políticas que visem banir a imigração.
- Le Pen
Candidata da extrema-direita, Le Pen tem 48 anos e tomou os holofotes ao longo da corrida presidencial por suas declarações polêmicas sobre imigração e discurso anti-UE. Promete rever a filiação da França no bloco e restringir a imigração a 10.000 pessoas por ano.
- Fillon
Conservador e alinhado com a direita, Fillon chegou à liderança da disputa, mas teve a sua candidatura abalada por escândalos de corrupção que vieram à tona. Sua posição é de manter a França na zona do euro e elevar a idade para aposentadoria para 65 anos. Também é partidário da ideia de restringir a imigração.
- Mélenchon
Ex-socialista, Mélenchon abandonou o partido para fundar o seu próprio. Seu desempenho surpreendeu analistas, uma vez que avançou com força contra Fillon, e seus comícios vem angariando cada vez mais pessoas. É a favor de renegociar a filiação da França e até de uma possível saída da UE. Quer aumentar a taxação dos 0,05% mais ricos e aberto à imigração.
- Hamon
Membro do Partido Socialista do atual presidente François Hollande, Hamon tem 49 anos e é ex-ministro da Educação. Pretende manter o país na zona do euro, criar renda básica universal, legalizar a maconha e impor impostos às indústrias que substituírem empregados por robôs.
Como funcionam as eleições presidenciais na França?
As eleições acontecem a cada cinco anos e é possível a reeleição para mais um termo. Para se candidatar, é necessário garantir ao menos 500 assinaturas de pessoas em cargos eletivos, como prefeitos e membros do parlamento francês.
O pleito é geralmente dividido em dois turnos. No primeiro, os eleitores têm a opção de votar em qualquer um dos candidatos. Se nenhum deles conseguir a maioria absoluta dos votos, então os dois mais bem posicionados seguem para uma disputa de segundo turno.
Na prática, lembra o site de notícias francês RFI, o pleito nunca foi decidido na primeira votação. A única vez em que isso quase aconteceu foi em 1965, quando Charles de Gaulle assegurou 44% dos votos. Com uma eleição acirrada como a desse ano, é quase certo que a decisão ficará para o próximo turno.
O primeiro será neste domingo, dia 23, e o segundo, decisivo, está marcado para maio, dia 7.
O que dizem as pesquisas de opinião?
De acordo com números divulgados pelo monitor do jornal britânico The Daily Telegraph no final dessa semana e em relação ao primeiro turno, Macron aparece levemente na dianteira, com 23,6% das intenções de voto, seguido de Le Pen com 22,5%.
Fillon surge na terceira posição, com 19,4%, e Mélenchon com 18,8% da preferência dos eleitores entrevistados. Já Hamon figura em quinto, com 7,8% das intenções.
Em resumo, as pesquisas mostram que, até o momento, é impossível prever o resultado que as votações de domingo vão trazer.