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Quem é Franziska Giffey, que deve ser 1ª mulher prefeita de Berlim

O partido de Giffey, o social democrata SPD, de centro-esquerda, teve sua melhor eleição em mais de uma década. O partido já detinha o poder em Berlim desde 2001

Franziska Giffey em discurso após os primeiros resultados na Alemanha: candidata deve se confirmar como primeira prefeita de Berlim (Sean Gallup/Getty Images)

Franziska Giffey em discurso após os primeiros resultados na Alemanha: candidata deve se confirmar como primeira prefeita de Berlim (Sean Gallup/Getty Images)

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Carolina Riveira

Publicado em 27 de setembro de 2021 às 11h29.

Última atualização em 27 de setembro de 2021 às 18h59.

Aos 43 anos, a ex-ministra social democrata Franziska Giffey deve se confirmar como a primeira mulher eleita prefeita na história de Berlim, capital da Alemanha.

Segundo os resultados preliminares, que costumam se confirmar na apuração oficial, Giffey teria a vitória assegurada com 21,4% dos votos, à frente de Bettina Jarasch, dos Verdes, com 18,9%. Os conservadores da CDU vieram em terceiro, com 18,1% dos votos.

Além de escolher a composição do próximo Parlamento, os alemães também votaram nesse domingo, 26, nas eleições locais.

O partido de Giffey, o social democrata SPD, de centro-esquerda, já detinha o poder na capital desde 2001, mas sua eleição é marcante por ser a primeira mulher no cargo. O atual prefeito é Michael Müller, eleito em 2014 e também do SPD.

Os social democratas conseguiram também uma vitória nacional (embora estreita) contra a União conservadora (CDU/CSU), da atual premiê Angela Merkel.

Giffey nasceu em Frankfurt, na então Alemanha Oriental, em 1978. Ela se mudou para Berlim ainda jovem e se formou na Universidade Humboldt de Berlim, estudando inglês e francês com o intuito de se tornar professora.

Depois, ingressou na carreira que de fato viria a seguir, estudando administração pública na Fachhochschule, uma universidade de ciências aplicadas, também em Berlim, e fazendo seu doutorado na mesma área.

Giffey ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel: a social democrata foi ministra do governo Merkel, mas renunciou após polêmica com plágio (Maja Hitij/Getty Images)

Nos anos 2000, ela começou a trabalhar como assistente no Parlamento Europeu. Mas sua carreira política só começou mesmo em 2007, quando ela ingressou no SPD, onde está até hoje.

Seu principal cargo até agora foi como subprefeita no distrito de Neukölln, também em Berlim, a partir de 2015. Em 2018, diante de uma nova aliança do SPD com a chanceler Angela Merkel no governo nacional, Giffey foi escolhida como ministra da Família, Terceira Idade, Mulheres e Juventude.

Durante seu período no cargo, Giffey apresentou projetos para ampliar a regulação de diversidade na Alemanha, sobretudo em empresas de capital aberto e com o intuito de ampliar o número de mulheres e minorias em cargos de liderança e nos conselhos.

Ela ficaria no cargo até maio deste ano, quando renunciou após seu doutorado ser revogado na Universidade Livre de Berlim (a tese discorreu sobre a inclusão do sociedade civil no processo decisório europeu) por acusações de plágio e de citações incompletas.

Apesar da polêmica, Giffey continuou bem cotada no SPD e é vista como uma das promessas do partido para o futuro.

Olaf Scholz, candidato a chanceler, ao lado de Giffey: eleição marca a "ressureição" do SPD (Sean Gallup/Getty Images)

O SPD espera emplacar seu líder, Olaf Scholz, como o próximo chanceler. Já a União de CDU/CSU também não desistiu ainda de tentar uma aliança para ter seu candidato, Armin Laschet, como chanceler.

O chanceler a substituir Merkel, no cargo desde 2005, será escolhido após as discussões sobre a coalizão governista nas próximas semanas, e ainda não está garantido que o SPD conseguirá liderar o governo.

Mas a subida do SPD às cabeças já é considerada uma vitória no partido, que vinha ofuscado nos últimos governos Merkel ao participar de três governos da chanceler. Segundo a revista Der Spiegel, o SPD celebrou "sua ressureição".

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