Mundo

Quase 30 milhões de pessoas estão escravizadas no mundo

Relatório mostrou que Mauritânia tem o maior número de escravos em relação à população, 160 mil em um total de 3,8 milhões de habitantes


	Mão de trabalhador submetido a trabalho escravo: índice classifica 162 países de acordo com o número de pessoas em condições análogas à escravidão
 (Janduari Simões)

Mão de trabalhador submetido a trabalho escravo: índice classifica 162 países de acordo com o número de pessoas em condições análogas à escravidão (Janduari Simões)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2013 às 21h30.

Londres - Quase 30 milhões de pessoas vivem escravizadas no mundo, a maioria homens, mulheres e crianças traficadas por quadrilhas para exploração sexual e trabalho não qualificado, segundo um índice global divulgado na quinta-feira (horário local) pela ONG Walk Free Foundation.

O índice classifica 162 países de acordo com o número de pessoas em condições análogas à escravidão, risco de escravização e força das reações governamentais a essa atividade ilegal.

O trabalho mostra que dez países respondem por 76 por cento dos 29,8 milhões de casos de escravidão estimados no mundo: Índia, China, Paquistão, Nigéria, Etiópia, Rússia, Tailândia, República Democrática do Congo, Mianmar e Bangladesh.

A escravidão moderna está associada ao tráfico de pessoas, trabalhos forçados e práticas como vinculação por dívida, casamento forçado e venda ou exploração de menores.

O pesquisador Kevin Bales disse esperar que o índice, primeiro relatório anual monitorando a escravidão em nível global, conscientize a opinião pública, pressionando os governos a agir mais.

Ele disse que a corrupção, e não a pobreza, é a maior causa da escravidão, e recomendou leis para impedir a ação do crime organizado.

"Sempre quando analisamos as estatísticas verificamos que a corrupção é mais poderosa do que a pobreza na condução da escravidão", disse Bales, professor de escravidão contemporânea no Instituto Wilberforce para o Estudo da Escravidão e da Emancipação da Universidade de Hull, no norte da Inglaterra.

"Fundamentalmente, isso é uma questão de crime violento".

O relatório mostrou que a Mauritânia é o país com maior número de escravos em relação à população, com 160 mil pessoas escravizadas em um total de 3,8 milhões de habitantes.

Isso se deve a formas culturalmente aprovadas de vassalagem e de índices elevados de casamentos infantis.

Em números absolutos, os países com mais escravos são a Índia (14 milhões) e a China (3 milhões).

Acompanhe tudo sobre:Direitos civisONGsTrabalho escravo

Mais de Mundo

Donald Trump nomeia Susie Wiles como chefe de gabinete

Milei terá encontro com Trump na semana que vem nos Estados Unidos

Setores democratas atribuem derrota de Kamala à demora de Biden para desistir da disputa

Pelúcias inspiradas na cultura chinesa viralizam e conquistam o público jovem