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Quais os vínculos entre os atentados de Paris e de Bruxelas?

Foi stabelecido um vínculo formal entre os atentados mais sangrentos da história da França e da Bélgica


	Bruxelas: foi stabelecido um vínculo formal entre os atentados mais sangrentos da história da França e da Bélgica
 (Christopher Furlong / Getty Images)

Bruxelas: foi stabelecido um vínculo formal entre os atentados mais sangrentos da história da França e da Bélgica (Christopher Furlong / Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2016 às 16h32.

Ao menos três integrantes dos comandos envolvidos nos ataques de Bruxelas participaram de forma mais ou menos direta dos atentados de Paris, em novembro, o que estabelece um vínculo formal entre os atentados mais sangrentos da história da França e da Bélgica.

Dois homens são procurados pelos atentados de Bruxelas

Os investigadores identificaram Ibrahim El Bakraoui, de 27 anos, e Najim Laachraoui, como os dois suicidas do aeroporto de Bruxelas. Um vídeo de vigilância os morta empurrando carrinhos de bagagem perto dos mostradores.

O terceiro homem que aparece ao lado deles, vestindo jaqueta bege e chapéu, continua sendo procurado. Segundo o procurador-federal belga Frédéric Van Leeuw, "sua bolsa continha a carga mais importante".

Khalid El Bakraoui, de 29 anos, foi identificado com o suicida do metrô.

A polícia busca um segundo suspeito de participar deste ataque. Imagens de vigilância do metrô mostram que, antes de embarcar no trem no qual se explodiu, Khalid El Bakraoui falou com outro homem, que permaneceu na calçada.

Dois atentados, um só grupo

Os irmãos Bakraoui e Najim Laachraoui estão vinculados aos atentados de 13 de novembro, que provocaram 130 mortos em Paris. Khalid El Bakraoui é suspeito de ter alugado a residência em Charleroi (Bélgica), utilizada pelos jihadistas de Paris antes dos ataques.

Laachraoui, de nacionalidade belga e 24 anos de idade, é considerado pela polícia francesa armeiro e possível coordenador.

Seu DNA foi encontrado no material explosivo em frente ao Stade de France e ao teatro Bataclan, alvos dos ataques de 13 de novembro, e em um apartamento do bairro Schaerbeek de Bruxelas que pôde servir como oficina de fabricação das bombas.

Também ele, com identidade falsa de Soufiane Kayal, foi revistado em 9 de setembro na fronteira austríaca, procedente da Hungria, juntamente com Salah Abdeslam, participante dos atentados de Paris, agora detido.

Com eles havia um terceiro homem, Mohamed Belkaid, aliás Samir Bouzid, morto em 15 de março em uma operação no bairro Molenbeek de Bruxelas.

Os investigadores acreditam que Laachraoui e Belkaid tinham os telefones identificados na Bélgica que foram contatados por vários atacantes na noite de 13 de novembro.

Seriam os destinatários do SMS enviado do Bataclan: "Começamos". "É o mesmo grupo que estava destinado a cometer atentados na França e na Bélgica", resume uma fonte próxima ao caso.

Os atentados de Bruxelas foram acelerados pela detenção de Abdeslam?

A questão é se o avanço das investigações levou os jihadistas, encurralados, a precipitar a realização dos atentados. A tese é apoiada pelo "testamento" de Ibrahim El Bakraoui, encontrado em um computador jogado em uma lata de lixo na rua.

O jihadista diz que "não sabe o que fazer", que "é procurado por todos os lados", segundo o procurador belga. Com a morte de Laachraoui, a célula perde um armeiro.

E, segundo a fonte próxima à investigação, para o grupo Estado Islâmico, "é uma prioridade proteger seus armeiros".

Salha Abdeslam vai fazer a investigação avançar?

O décimo homem dos atentados de Paris agora quer "partir para a França o quanto antes", afirmou na quinta-feira seu advogado, Sven Mary.

Uma mudança radical, visto que em um primeiro momento se opôs à sua entrega à França. Sua detenção abre novas perspectivas na investigação sobre os atentados de Paris, sobre os quais necessariamente sabe muito a respeito do preparo e da execução.

"Mas tudo dependerá dele", diz a fonte. "Não deu elementos que teriam permitido prevenir um novo atentado", o de Bruxelas, acrescenta. Segundo seu advogado, Abdeslam não estava a par.

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