Mundo

Pyongyang pode concluir programa nuclear em 1 ano, diz Seul

Segundo ministro, não se pode descartar a possibilidade de que Pyongyang declare a conclusão de seu programa nuclear em menos tempo do que o previsto

Coreia do Norte: ministro considera que o Norte está avançando a um ritmo mais rápido do que o esperado (KCNA/Reuters)

Coreia do Norte: ministro considera que o Norte está avançando a um ritmo mais rápido do que o esperado (KCNA/Reuters)

E

EFE

Publicado em 28 de novembro de 2017 às 08h59.

Última atualização em 28 de novembro de 2017 às 10h53.

Seul - O ministro de Unificação da Coreia do Sul, Cho Myoung-gyon, disse nesta terça-feira que o regime de Pyongyang poderia anunciar no próximo ano que concluiu com sucesso seu programa nuclear e de mísseis, tendo em vista os avanços que está colhendo neste terreno.

"Os especialistas acreditam que a Coreia do Norte pode demorar dois ou três anos para completar seu programa, mas eles já surpreenderam antes com a rapidez dos seus avanços, razão pela qual não seria raro que em 2018 anunciassem que o arremataram com sucesso", disse Cho em entrevista coletiva no Clube de Correspondentes Estrangeiros de Seul.

O ministro argumentou que o ano que vem é, além disso, uma data perfeita para o regime, pois em setembro se comemora o 70º aniversário da fundação da Coreia do Norte.

A respeito do mencionado programa armamentista, Cho destacou o fato de que o regime está há mais de dois meses sem realizar nenhum teste e que isso pode representar um bom sinal para iniciar o diálogo.

"No entanto, embora estejam há mais de 70 dias sem realizar nenhuma provocação, ainda não realizaram nenhum gesto que ajude a avançar na resolução da questão nuclear - que para Seul e seus aliados representa a desnuclearização de Pyongyang - ou a melhorar as relações entre o Norte e o Sul", esclareceu Cho.

A respeito da paralisação de Pyongyang para realizar testes de armas, o ministro considerou múltiplas possibilidades, entre elas a da "estacionalidade", já que historicamente o exército norte-coreano faz poucos lançamentos no final de ano, época na qual está concentrado em realizar suas manobras invernais.

"Outro fator é a sua necessidade de aperfeiçoar sua tecnologia existente, como a de reentrada (a tecnologia que permite a mísseis de longo alcance suportar a reentrada atmosférica sem desintegrar-se). Querem demonstrar ao mundo que são capazes no terreno nuclear e para isso precisam de resultados", opinou Cho.

Outra possibilidade ventilada pelo ministro para explicar o silêncio de Pyongyang após um ano de contínuos testes é que o líder Kim Jong-un esteja dedicando mais recursos ao crescimento da economia.

Cho também não descartou que as últimas manobras realizadas por Coreia do Sul e Estados Unidos, que incluíram o desdobramento de ativos estratégicos - incluídos três porta-aviões nucleares -, tenham assustado ao fechado país vizinho.

Acompanhe tudo sobre:Armas nuclearesCoreia do NorteCoreia do Sul

Mais de Mundo

Volkswagen fecha acordo com sindicatos para cortar 35 mil postos de trabalho na Alemanha

Pandemia traz lições de como lidar com tarifas de Trump, diz professor de inovação no IMD

Câmara dos EUA evita paralisação do governo com aprovação de pacote emergencial de financiamento

Maduro propõe reforma constitucional para reforçar controle político na Venezuela