Putin sanciona lei que proíbe americanos de adotarem no país
Washington descreveu a nova lei russa como equivocada, dizendo que ela liga o destino das crianças a "considerações políticas não relacionadas"
Da Redação
Publicado em 28 de dezembro de 2012 às 18h08.
MOSCOU - O presidente da Rússia , Vladimir Putin, sancionou uma lei nesta sexta-feira que proíbe norte-americanos de adotarem crianças russas e impõe outras sanções em retaliação a uma nova lei de direitos humanos dos Estados Unidos que ele diz que está envenenando as relações bilaterais.
Washington descreveu a nova lei russa como equivocada, dizendo que ela liga o destino das crianças a "considerações políticas não relacionadas", e analistas afirmam que é provável que ela aumente um resfriamento nas relações entre Rússia e Estados Unidos e prejudique a imagem de Putin no exterior.
Cinquenta e duas crianças, cujas adoções por pais norte-americanos estavam em andamento, agora permanecerão na Rússia, disse a agência de notícias Interfax, citando o comissário de direitos das crianças russo, Pavel Astakhov.
A nova lei, que também provocou indignação entre liberais russos e defensores dos direitos infantis, entra em vigor em 1 de janeiro.
A legislação, cujo texto foi divulgado pelo Kremlin, também vai banir algumas organizações não-governamentais que recebem dinheiro dos Estados Unidos e impor uma proibição de visto e congelar bens de norte-americanos acusados de violar os direitos de russos no exterior.
Legisladores pró-Kremlin inicialmente esboçaram o projeto de lei para espelhar o Ato Magnitsky dos Estados Unidos, que barra a entrada no país de russos acusados de envolvimento na morte em custódia do advogado anticorrupção Sergei Magnitsky e outros supostos abusos de direitos humanos.
As restrições sobre as adoções e sobre os grupos foram acrescentadas à legislação posteriormente, indo além de uma medida toma-lá-dá-cá e escalando a disputa com Washington em uma época em que os laços já estão desgastados por questões como a crise síria.
A proibição de adoção pode manchar ainda mais a postura internacional de Putin em uma época em que o ex-agente da KGB está sob escrutínio devido a o que os críticos dizem ser uma repressão sobre a dissidência desde que ele voltou ao Kremlin para um terceiro mandato em maio.
"A lei vai levar a uma queda acentuada na reputação do Kremlin e de Putin, pessoalmente, no exterior, e assinalar uma nova fase nas relações entre os Estados Unidos e a Rússia", disse Lilia Shevtsova, especialista em Putin do Centro Carnegie Moscou.
O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, disse que o Ato Magnitsky --a lei norte-americana que provocou a nova lei russa-- "minou gravemente" o "reset", o nome para o esforço lançado pelo presidente norte-americano, Barack Obama, no início de seu primeiro mandato para melhorar as relações entre os ex-adversários da Guerra Fria.
Putin apoiou a resposta dura com uma mistura de apelos ao patriotismo, dizendo que a Rússia deveria cuidar das suas próprias crianças e com denúncias beligerantes do que ele diz ser o desejo dos Estados Unidos de impor sua vontade ao mundo.
MOSCOU - O presidente da Rússia , Vladimir Putin, sancionou uma lei nesta sexta-feira que proíbe norte-americanos de adotarem crianças russas e impõe outras sanções em retaliação a uma nova lei de direitos humanos dos Estados Unidos que ele diz que está envenenando as relações bilaterais.
Washington descreveu a nova lei russa como equivocada, dizendo que ela liga o destino das crianças a "considerações políticas não relacionadas", e analistas afirmam que é provável que ela aumente um resfriamento nas relações entre Rússia e Estados Unidos e prejudique a imagem de Putin no exterior.
Cinquenta e duas crianças, cujas adoções por pais norte-americanos estavam em andamento, agora permanecerão na Rússia, disse a agência de notícias Interfax, citando o comissário de direitos das crianças russo, Pavel Astakhov.
A nova lei, que também provocou indignação entre liberais russos e defensores dos direitos infantis, entra em vigor em 1 de janeiro.
A legislação, cujo texto foi divulgado pelo Kremlin, também vai banir algumas organizações não-governamentais que recebem dinheiro dos Estados Unidos e impor uma proibição de visto e congelar bens de norte-americanos acusados de violar os direitos de russos no exterior.
Legisladores pró-Kremlin inicialmente esboçaram o projeto de lei para espelhar o Ato Magnitsky dos Estados Unidos, que barra a entrada no país de russos acusados de envolvimento na morte em custódia do advogado anticorrupção Sergei Magnitsky e outros supostos abusos de direitos humanos.
As restrições sobre as adoções e sobre os grupos foram acrescentadas à legislação posteriormente, indo além de uma medida toma-lá-dá-cá e escalando a disputa com Washington em uma época em que os laços já estão desgastados por questões como a crise síria.
A proibição de adoção pode manchar ainda mais a postura internacional de Putin em uma época em que o ex-agente da KGB está sob escrutínio devido a o que os críticos dizem ser uma repressão sobre a dissidência desde que ele voltou ao Kremlin para um terceiro mandato em maio.
"A lei vai levar a uma queda acentuada na reputação do Kremlin e de Putin, pessoalmente, no exterior, e assinalar uma nova fase nas relações entre os Estados Unidos e a Rússia", disse Lilia Shevtsova, especialista em Putin do Centro Carnegie Moscou.
O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, disse que o Ato Magnitsky --a lei norte-americana que provocou a nova lei russa-- "minou gravemente" o "reset", o nome para o esforço lançado pelo presidente norte-americano, Barack Obama, no início de seu primeiro mandato para melhorar as relações entre os ex-adversários da Guerra Fria.
Putin apoiou a resposta dura com uma mistura de apelos ao patriotismo, dizendo que a Rússia deveria cuidar das suas próprias crianças e com denúncias beligerantes do que ele diz ser o desejo dos Estados Unidos de impor sua vontade ao mundo.