Putin resiste a sancionar regime sírio por risco de guerra
''Não estamos apoiando Bashar al-Assad nem seus oponentes'', mas ''quando se afasta um presidente do poder, nem todos ficam satisfeitos'', diz o presidente da Rússia
Da Redação
Publicado em 1 de junho de 2012 às 19h33.
Paris - O presidente da Rússia , Vladimir Putin, justificou nesta sexta-feira sua resistência a sancionar o regime sírio pelo risco de que a situação se transforme em uma guerra civil - mesma razão pela qual não acredita que a saída do presidente Bashar al-Assad seja uma condição para solucionar a crise.
''Não estamos apoiando Bashar al-Assad nem seus oponentes'', mas ''quando se afasta um presidente do poder, nem todos ficam satisfeitos'' e ''nosso objetivo é impedir uma guerra civil'', ressaltou Putin em entrevista coletiva em Paris ao fim de seu encontro com o presidente francês, François Hollande.
Para ilustrar os riscos de derrubar o presidente sírio, Putin se referiu ao ex-ditador líbio Muammar Kadafi: ''todos sabíamos que se tratava de um tirano, mas também vimos o que ocorreu na cidade de Sirte após sua derrocada''.
O chefe de Estado russo se pronunciou depois que Hollande reiterou que, para conseguir ordem política em uma segunda fase, ''há que haver sanções, pressões'' e também que ''a saída de Bashar al-Assad é uma condição prévia para a transição política''.
''O regime de Assad é conduzido de forma inaceitável, intolerável'' e ''não haverá outra solução possível da situação que não sua saída'', repetiu Hollande, que admitiu que ''há risco de desestabilização'', ou seja, de ''guerra civil'', e que isso poderia contaminar toda a região.
Questionado se considera a saída de Assad como a solução para o conflito, o presidente russo respondeu que ''o que o povo sírio quiser é aceitável para nós'', mas que para isso ''é preciso dar fim à violência dos dois lados''. Putin também mencionou que os guerrilheiros rebeldes causaram ''centenas de mortes'' entre a população civil.
''Não podemos solucionar a questão pelo povo sírio'', acrescentou o governante, que, questionado se acolheria em seu país o presidente sírio caso isso resolvesse o conflito, disse que Assad ''visitou muito mais Paris do que Moscou''.
Em relação a quanto tempo é preciso dar ao enviado especial da ONU para mediar o conflito, Kofi Annan, o presidente disse que se trata de uma personalidade ''muito experiente'' e que ''é contraproducente dizer com antecedência que será um fracasso''.
Putin, que antes de passar por Paris se reuniu hoje em Berlim com a chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu que as eventuais sanções contra Damasco devem ser debatidas no Conselho de Segurança da ONU, opinou que elas ''nem sempre são eficazes'' e que, além disso,''é preciso evitar que a situação evolua para um cenário pior'' e desencadeie ''uma guerra civil''.
Hollande comentou, por sua vez, que a missão de Annan ''deve ir até o final'' e acabar com as ações violentas, ''sobretudo do governo''.
''Penso que as sanções fazem parte da pressão necessária, indispensável, para uma solução política'', que passa também ''por um diálogo'', comentou o presidente francês.
Paris - O presidente da Rússia , Vladimir Putin, justificou nesta sexta-feira sua resistência a sancionar o regime sírio pelo risco de que a situação se transforme em uma guerra civil - mesma razão pela qual não acredita que a saída do presidente Bashar al-Assad seja uma condição para solucionar a crise.
''Não estamos apoiando Bashar al-Assad nem seus oponentes'', mas ''quando se afasta um presidente do poder, nem todos ficam satisfeitos'' e ''nosso objetivo é impedir uma guerra civil'', ressaltou Putin em entrevista coletiva em Paris ao fim de seu encontro com o presidente francês, François Hollande.
Para ilustrar os riscos de derrubar o presidente sírio, Putin se referiu ao ex-ditador líbio Muammar Kadafi: ''todos sabíamos que se tratava de um tirano, mas também vimos o que ocorreu na cidade de Sirte após sua derrocada''.
O chefe de Estado russo se pronunciou depois que Hollande reiterou que, para conseguir ordem política em uma segunda fase, ''há que haver sanções, pressões'' e também que ''a saída de Bashar al-Assad é uma condição prévia para a transição política''.
''O regime de Assad é conduzido de forma inaceitável, intolerável'' e ''não haverá outra solução possível da situação que não sua saída'', repetiu Hollande, que admitiu que ''há risco de desestabilização'', ou seja, de ''guerra civil'', e que isso poderia contaminar toda a região.
Questionado se considera a saída de Assad como a solução para o conflito, o presidente russo respondeu que ''o que o povo sírio quiser é aceitável para nós'', mas que para isso ''é preciso dar fim à violência dos dois lados''. Putin também mencionou que os guerrilheiros rebeldes causaram ''centenas de mortes'' entre a população civil.
''Não podemos solucionar a questão pelo povo sírio'', acrescentou o governante, que, questionado se acolheria em seu país o presidente sírio caso isso resolvesse o conflito, disse que Assad ''visitou muito mais Paris do que Moscou''.
Em relação a quanto tempo é preciso dar ao enviado especial da ONU para mediar o conflito, Kofi Annan, o presidente disse que se trata de uma personalidade ''muito experiente'' e que ''é contraproducente dizer com antecedência que será um fracasso''.
Putin, que antes de passar por Paris se reuniu hoje em Berlim com a chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu que as eventuais sanções contra Damasco devem ser debatidas no Conselho de Segurança da ONU, opinou que elas ''nem sempre são eficazes'' e que, além disso,''é preciso evitar que a situação evolua para um cenário pior'' e desencadeie ''uma guerra civil''.
Hollande comentou, por sua vez, que a missão de Annan ''deve ir até o final'' e acabar com as ações violentas, ''sobretudo do governo''.
''Penso que as sanções fazem parte da pressão necessária, indispensável, para uma solução política'', que passa também ''por um diálogo'', comentou o presidente francês.