Putin está 'aberto ao diálogo' com AIEA sobre a usina de Zaporizhzhia
"Discutiremos com prazer todas as questões de interesse mútuo ou que suscitam preocupação, por exemplo, o que tem a ver com a situação em torno da usina nuclear de Zaporizhzhia", disse Putin
AFP
Publicado em 11 de outubro de 2022 às 14h37.
O presidente russo, Vladimir Putin , disse nesta terça-feira, 11, que está "aberto a um diálogo" com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre a situação na usina nuclear de Zaporizhzhia, localizada no sul da Ucrânia e controlada pela Rússia desde março.
"Discutiremos com prazer todas as questões de interesse mútuo ou que suscitam preocupação, por exemplo, o que tem a ver com a situação em torno da usina nuclear de Zaporizhzhia", disse Putin ao receber o chefe da AIEA, Rafael Grossi, em São Petersburgo.
"De qualquer forma, estamos abertos a esse diálogo", disse o presidente russo.
Por sua vez, o argentino Grossi disse esperar "uma conversa importante" sobre questões relacionadas à "segurança nuclear" e em particular a da usina de Zaporizhzhia.
"Como você sabe, fiz um esforço para tentar evitar um acidente nuclear que seria muito prejudicial em geral e nesta região em particular", disse Grossi.
Durante meses, Moscou e Kiev se acusaram mutuamente de bombardear a usina, que está sob controle russo e localizada perto da linha de frente.
Na semana passada, a Rússia tomou oficialmente as instalações que ocupava desde março, uma medida condenada por Kiev.
A Rússia ocupa militarmente o território da usina e Putin reivindicou sua anexação, assim como a de quatro regiões ucranianas — Zaporizhzhia, Kherson, Donetsk e Luhansk — onde foram realizados referendos, condenados pela comunidade internacional.
A AIEA, que tem observadores nessa instalação desde o início de setembro, rejeitou a apropriação russa e continua considerando a usina de Zaporizhzhia como ucraniana.
Pouco antes do encontro de Putin com Grossi em São Petersburgo, a operadora nuclear ucraniana Energoatom acusou a Rússia de ter "sequestrado" e maltratado Valeri Martiniuk, vice-diretor geral de Recursos Humanos da usina de Zaporizhzhia, e pediu à AIEA que garanta sua libertação.
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