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Putin busca na China apoio contra ocidentais

O presidente chinês e o russo, Vladimir Putin, decidiram fortalecer seus vínculos, no momento em que tanto a China quanto a Rússia são alvos de críticas

Vladimir Putin (E) e Xi Jinping: presidentes assinaram uma longa série de acordos (Alexey Druzhinin/AFP/AFP)

Vladimir Putin (E) e Xi Jinping: presidentes assinaram uma longa série de acordos (Alexey Druzhinin/AFP/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2014 às 13h09.

Xangai - O presidente chinês, Xi Jinping, e seu colega russo, Vladimir Putin, decidiram nesta terça-feira, em Xangai, fortalecer seus vínculos, no momento em que tanto a China quanto a Rússia são alvos de críticas sobre temas relacionados a disputas territoriais.

Moscou atravessa a pior crise com o Ocidente desde a Guerra Fria, provocada pela anexação em março da península ucraniana da Crimeia e pela insurreição separatista pró-russa no leste da Ucrânia.

Já a China enfrenta grandes tensões com o Vietnã, depois de instalar uma plataforma de perfuração em uma zona meridional do Mar da China, perto das ilhas disputadas com Hanoi. Esta iniciativa deu lugar aos distúrbios antichineses mais violentos registrados no Vietnã nas últimas duas décadas.

A visita de Estado de Putin à China e a primeira que o presidente russo realiza a este país desde que Xi Jinping chegou à presidência, no início de 2013.

Após uma cerimônia de boas-vindas, os dois líderes iniciaram as discussões. Xi Jinping classificou seu convidado de velho amigo.

Os dois líderes lançaram manobras navais conjuntas no mar da China Oriental nas quais serão mobilizados 14 navios e serão realizados disparos com balas reais.

Estas manobras "ilustram a determinação inquebrável de China e Rússia para enfrentar em conjunto as novas ameaças e os novos desafios para garantir a segurança e a estabilidade regional", comentou Xi, citado pela agência Xinhua.

Já Putin pediu "um reforço da cooperação militar (sino-russa) neste novo contexto".

"Progressos" sobre o gás

O presidente russo expressou sua vontade de reforçar os intercâmbios comerciais com a China, para chegar a 100 bilhões de dólares até 2015, contra 90 no ano passado, graças a uma cooperação reforçada, principalmente na aeronáutica, no espaço e na energia.


Putin também saudou os "progressos significativos nas negociações sobre o projeto de transporte oriental de gás natural" russo, indicou a agência Xinhua.

"As discussões se concentraram na economia" e "as relações entre Rússia e China seguem se desenvolvendo com êxito", declarou Putin em uma entrevista divulgada pela televisão russa.

Os dois presidentes assinaram uma longa série de acordos, segundo a Xinhua, que não forneceu mais detalhes.

O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, admitiu nesta terça-feira que existe uma possibilidade teórica de levar à China as exportações de gás russo que deixarem de ser entregues à Europa.

Entre os outros contratos que estão sendo estudados figura o do gigante petroleiro russo Rosneft e do chinês Sinopec sobre o fornecimento de 100 milhões de toneladas de petróleo russo à China em um prazo de 10 anos, assim como o pedido de 100 aviões SuperJet 100.

Vladimir Putin viajou junto a uma grande delegação composta por uma dezena de empresários e líderes regionais.

"Diante das sanções (ocidentais), a Rússia precisa mostrar que não está isolada", declarou Piotr Topytshkanov, do Centro Carnegie. "Este é o objetivo da visita de Putin. Quer mostrar que a Rússia tem aliados".

Estados Unidos e União Europeia, que acusam a Rússia de apoiar os separatistas, impuseram uma série de sanções contra pessoas próximas a Putin e ameaçaram tomar medidas mais radicais se Moscou colocar obstáculos na realização das eleições presidenciais previstas para 25 de maio nesta ex-república soviética.

Neste contexto, a visita do presidente russo à China, que inicialmente deveria se concentrar em temas energéticos, tomou outra dimensão, afirmam os analistas.

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