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PT reformulará estratégia para atrair eleitor de SP

As crises de 2005 e 2006 do PT, o mensalão e o dossiê dos aloprados, explicam essa resistência eleitoral, segundo os próprios petistas

Aloizio Mercadante (PT) perdeu as eleições para governador de São Paulo no primeiro turno (Wikimedia Commons)

Aloizio Mercadante (PT) perdeu as eleições para governador de São Paulo no primeiro turno (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2010 às 10h58.

São Paulo - O Estado de São Paulo tem se mostrado como uma espécie de escudo eleitoral que o PT não consegue transpor. O diagnóstico, feito a partir do resultado das eleições deste ano e de pleitos passados deixa dirigentes do partido em Estado de alerta e exige uma reformulação de estratégias para disputas futuras.

O PT progressivamente aumenta sua penetração entre segmentos populares e de baixa renda, mas seu discurso não tem comovido o eleitor paulista de classes médias mais conservadoras, mais escolarizado e de maior renda nas últimas eleições. As crises de 2005 e 2006 do PT, o mensalão e o dossiê dos aloprados, explicam essa resistência eleitoral, segundo os próprios petistas.

Ainda que José Serra (PSDB) tenha vencido Dilma Rousseff (PT) no Estado por 54,05% a 45,95%, e os petistas tenham considerado o resultado “não catastrófico”, ficou evidenciada a dificuldade de captar votos de eleitores de Marina Silva (PV) no primeiro turno do pleito.

Na capital, o tucano superou a petista por 53,64% a 46,36% dos votos válidos. O mapa de votação na capital em 2008 e 2010, respectivamente nas eleições municipal e presidencial, é um exemplo do bom desempenho do partido nas periferias e da resistência que enfrenta em regiões de renda mais elevada (ver arte ao lado).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sinalizou a dirigentes do partido que vai se dedicar pessoalmente às reformulações e articulações necessárias para fortalecer a sigla nas disputas municipais de 2012.

“O fato é que o PT ainda não conseguiu estabelecer um diálogo com os eleitores paulistas no sentido de ter a maioria dos votos embora nesta eleição (a governador) quase tenha tido segundo turno em São Paulo”, admite o presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra.

Aloizio Mercadante (PT) não conseguiu ir para o segundo turno com Geraldo Alckmin (PSDB) por 72.571 votos. O petista teve, porém, o melhor desempenho eleitoral (35,23% dos votos válidos) do partido se consideradas as eleições a governador desde 1998, quando Marta Suplicy , derrotada por Mário Covas, obteve apenas 22,18% dos votos.

“Ganhamos prefeituras importantes no Estado, mas não temos conseguido atrair o voto da maioria do povo paulista. É um desafio não só para o PT de São Paulo, mas para o PT do Brasil”, acrescenta Dutra. Segundo ele, o PT já se consolidou como um partido nacional, mas a importância de São Paulo, berço do partido, não pode ser desconsiderada para a sobrevivência política.

O presidente do PT no Estado, Edinho Silva, já levou o problema à executiva partidária na última semana e preparou um cronograma de seminários pelo Estado ao longo do ano de 2011 para tentar reaproximar o PT de setores da juventude e acadêmicos. Para ele, essa é uma agenda urgente para o partido que não pode ser adiada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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