Palocci entregou esclarecimentos sobre sua evolução patrimonial à Procuradoria-Geral da República, mas cresce a pressão para que se explique publicamente (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2011 às 23h25.
Brasília - As informações prestadas até o momento pelo ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, sobre o aumento de seu patrimônio são suficientes, afirmou na quinta-feira o presidente do PT, Rui Falcão, para quem as atividades do ministro estão dentro da "legalidade".
Nos últimos dias, a pressão sobre Palocci tem aumentado para que ele explique publicamente a evolução de 20 vezes em seu patrimônio, de 2006 a 2010. Segundo o ministro, o aumento é resultado dos ganhos de sua empresa de consultoria Projeto.
"Para mim, as explicações que ele deu desde a primeira nota, de que exerceu consultoria legítima, sem usar em nenhum momento informações privilegiadas, elas são suficientes até o momento", disse Falcão no fim da reunião da Executiva Nacional do partido, em Brasília.
A defesa explícita de Palocci foi combinada durante a reunião e motivada por uma conversa prévia entre o presidente do PT e o ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho, segundo relato de um parlamentar que participou da Executiva e pediu para não ser identificado.
Segundo a fonte, inicialmente os petistas pensavam em emitir uma nota que não falava na situação política do ministro, mas os membros da Executiva avaliaram que isso indicaria que o partido estaria "lavando as mãos" e abandonando Palocci.
Diante desse diagnóstico, ficou decidido que Falcão falaria em nome da Executiva e faria uma defesa peremptória do ministro. Também pesou a informação repassada aos petistas de que Palocci pretende prestar informações públicas em breve.
Palocci entregou esclarecimentos sobre sua evolução patrimonial à Procuradoria-Geral da República, mas cresce a pressão para que se explique publicamente.
O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), ex-presidente da sigla, também entrou no coro e afirmou que a posição do partido é "de solidariedade ao governo", "coesão" e "unidade". Também defendeu que a PGR é o órgão "apropriado" para tratar do assunto.