Destroços do voo MH17 da Malaysia Airlines, na Ucrânia (Bulent Kilic/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2014 às 18h08.
Amsterdã - Promotores holandeses que investigam a queda do voo MH17 da Malaysia Airlines na Ucrânia acreditam que a aeronave pode ter sido abatida, mas que um ataque com míssil terra-ar é mais provável, declarou um promotor veterano à mídia alemã.
O governo russo sempre afirmou ter imagens de radar provando que o Boeing 777 lotado foi atingido por uma aeronave militar ucraniana voando em suas proximidades, mas autoridades ocidentais jamais aceitaram publicamente esta hipótese.
Em uma entrevista publicada na revista Der Spiegel nesta segunda-feira, o promotor Fred Westerbeke disse que os holandeses irão pedir a Moscou que forneça informações que levaram os russos a acreditar que um avião da Ucrânia estava próximo.
“Tendo por base a informação disponível, uma queda causada por um míssil terra-ar é a hipótese mais provável, mas não estamos fechando os olhos à possibilidade de que possa ter sido diferente”, teria dito ele, segundo a publicação alemã.
“Estamos preparando uma solicitação de informações a Moscou... incluindo os dados de radar com os quais os russos quiseram provar que um caça militar ucraniano estava por perto”, acrescentou.
Nos dias seguintes à queda, os Estados Unidos disseram ter provas de que a aeronave foi abatida por um míssil terra-ar disparado por forças apoiadas pela Rússia ocupando o leste ucraniano, onde hoje estão os destroços.
Um relatório provisório do Conselho de Segurança holandês, que investiga acidentes aéreos, listou vários aviões de passageiros nas proximidades do voo MH17, mas nenhum avião militar que teria sido capaz de derrubá-lo.
O Boeing 777 foi abatido em 17 de julho, matando todas as 298 pessoas a bordo. Mais de dois terços dos passageiros eram cidadãos holandeses.