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Procurador prepara processo contra presidente da Coreia do Sul

Procuradoria espera a definição do impeachment de Park Geun-hye, já que lei sul-coreana não permite que um presidente no exercício da função seja indiciado

Park Geun-hye, de 65 anos, teve seus poderes suspensos desde que foi afastada em dezembro (Ed Jones-Pool/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 6 de março de 2017 às 09h26.

Seul - A presidente afastada da Coreia do Sul , Park Geun-hye, se aliou com uma amiga para receber propinas do Grupo Samsung com o objetivo de cimentar o controle do vice-presidente da empresa, Jay Y. Lee, sobre o conglomerado, informou a procuradoria especial do país nesta segunda-feira, abrindo caminho para que Park seja processada caso perca o cargo em definitivo.

As descobertas da investigação de 70 dias levaram à acusação direta contra Park por várias infrações, entre elas conspiração para suborno implicando a Samsung.

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Lee vai a julgamento na quinta-feira por suborno e corrupção em meio a um escândalo de corrupção que abalou a Coreia do Sul e levou o Parlamento a aprovar o impeachment da presidente.

Park, de 65 anos, teve seus poderes suspensos desde que foi afastada em dezembro. Caso a Corte Constitucional mantenha o impeachment, ela irá se tornar a primeira líder sul-coreana eleita democraticamente a ser retirada do cargo, o que desencadearia uma eleição na quarta maior economia da Ásia.

Uma decisão deve ser anunciada ainda nesta semana.

A lei sul-coreana não permite que um presidente no exercício da função seja indiciado a menos que seja acusado de traição. Nenhuma acusação formal pode ser apresentada contra Park a menos que ela seja afastada do posto ou seu mandato termine, o que aconteceria no final de fevereiro de 2018.

A perda do mandato ainda a sujeitaria a um novo inquérito de procuradores federais.

"As acusações de suborno relacionadas à presidente, e o caso da lista negra da cultura... foram transferidos para a procuradoria", disse o procurador especial Park Young-soo em uma coletiva de imprensa televisionada.

O procurador especial também disse que a presidente foi fundamental para colocar mais de 9 mil artistas, autores e profissionais da indústria cinematográfica em uma lista negra e excluí-los da assistência governamental, o que constituiu abuso de poder.

Em um comunicado detalhando as descobertas de sua investigação, a procuradoria especial disse que o Serviço Nacional de Pensões votou a favor de uma fusão de duas filiadas do Grupo Samsung em 2015, apesar de prever um prejuízo equivalente a 119,87 milhões de dólares.

"O vice-presidente do Grupo Samsung, Lee Jae-yong, tramou com outros, incluindo o chefe do escritório de estratégia corporativa, Choi Gee-sung, para subornar a presidente e (sua amiga) Choi Soon-sil com o objetivo de receber apoio para sua sucessão desviando fundos corporativos", disse o procurador especial Park na coletiva, usando o nome coreano do chefe da Samsung.

Park, Choi e Lee negaram qualquer ilicitude.

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