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Procurador-geral autoriza investigações sobre eleição americana

William Barr orientou procuradores federais a investigarem quaisquer alegações substanciais de irregularidades eleitorais

Eleições Americanas: equipe do candidato eleito, Joe Biden, considera que Barr está dando alento ás alegações de fraude não comprovadas de Trump (MANDEL NGAN/AFP/Getty Images)
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André Martins

Publicado em 10 de novembro de 2020 às 10h04.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , prosseguirá nesta terça-feira com as contestações jurídicas do resultado da eleição presidencial da semana passada , e o secretário de Justiça dos EUA , William Barr, orientou procuradores federais a investigarem quaisquer alegações "substanciais" de irregularidades eleitorais.

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A diretiva de Barr aos procuradores levou o principal advogado do governo a cargo das investigações de fraude eleitoral a renunciar em protesto, e veio dias depois de ataques à integridade da eleição da parte de Trump e de aliados republicanos, que alegaram fraude eleitoral generalizada sem fornecer provas.

Trump não admitiu sua derrota para o democrata Joe Biden, que no sábado conquistou mais do que os 270 votos do Colégio Eleitoral necessários para conquistar a Presidência dos EUA.

A equipe de campanha de Trump iniciou várias ações na Justiça argumentando que os resultados da eleição foram manipulados. Juízes já descartaram ações no Michigan e na Geórgia, e especialistas dizem que os esforços legais de Trump têm pouca chance de mudar o desfecho da eleição.

Na segunda-feira, Barr disse aos procuradores que "alegações caprichosas ou improváveis" não deveriam servir de base para uma investigação, e sua carta não indicou se o Departamento de Justiça descobriu irregularidades eleitorais que afetem o resultado da votação.

Mas ele disse que está autorizando procuradores a "analisarem alegações substanciais" de irregularidades na votação e na contagem de cédulas.

Richard Pilger, que atuou durante anos como diretor do Setor de Crimes Eleitorais, anunciou em um email interno que estava renunciando ao cargo depois de ler "a nova diretriz e suas ramificações".

A diretriz anterior do Departamento de Justiça, concebida para evitar imiscuir o governo federal em campanhas eleitorais, desencorajava investigações explícitas "até a eleição em questão estar concluída, seus resultados certificados e todas as recontagens e disputas eleitorais concluídas".

A equipe de Biden disse que Barr está dando alento às alegações de fraude não comprovadas de Trump.

"Estas são o tipo de afirmações que o presidente e seus advogados estão fazendo sem sucesso todos os dias, enquanto suas ações na Justiça são rejeitadas aos risos de um tribunal a outro", disse Bob Bauer, um conselheiro sênior de Biden.

Na manhã de segunda-feira, a equipe de Trump apresentou uma ação para impedir que as autoridades da Pensilvânia certifiquem a vitória de Biden no Estado, onde o democrata liderava por mais de 45 mil votos.

Aliado de Trump

Barr, um aliado leal do presidente Donald Trump, ajudou a divulgar as alegações do presidente sobre fraude eleitoral antes da eleição, atacando a votação por correspondência como propensa a influência indevida e coerção, apesar de vários estudos desmascararem a noção de fraude eleitoral generalizada e na votação.

Geralmente, a política do Departamento de Justiça é "não conduzir investigações abertas, incluindo entrevistas com eleitores individuais, até que o resultado da eleição supostamente afetado pela fraude seja certificado".

Mas Barr argumenta no memorando que as preocupações com tais atos poderiam inadvertidamente impactar uma eleição são minimizadas uma vez que a votação foi concluída e que, em alguns casos, as investigações não poderiam ser adiadas até que a eleição seja certificada.

Barr estava no escritório do líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, no Capitólio, na tarde de segunda-feira, e se recusou a responder às perguntas dos repórteres quando saiu. Na manhã de segunda-feira, McConnell deu seu apoio a Trump após um período de silêncio pós-eleitoral.

Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo

 

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