Ativista tenta escalar plataforma de petróleo russa: ambientalistas foram detidos na semana passada ao realizar protesto contra a exploração de petróleo (Denis Sinyakov//Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2013 às 14h10.
Moscou - O Greenpeace afirmou nesta quinta-feira que é ilegal o processo contra os 30 ativistas detidos na Rússia a bordo da embarcação "Artic Sunrise", dos quais dez tiveram prisão preventiva de dois meses decretada pela justiça russa.
Os ambientalistas, que estão sendo julgados hoje, foram detidos na semana passada ao realizar um ato de protesto contra a exploração de petróleo no Ártico. Segundo o site do Greenpeace, a brasileira Ana Paula Maciel, marinheira na embarcação da organização, vai ficar sob custódia por três dias, antes de prestar depoimento.
"Temos suficientes fundamentos jurídicos para recorrer de todas as ações adotadas pelas autoridades russas neste processo", disse à Agência Efe Anton Beneslavski, coordenador de programas da ONG em Moscou, em referência tanto à detenção como ao julgamento.
Beneslavsaki acrescentou que os ativistas que tiveram prisão preventiva declarada são cidadãos da Rússia, França, Turquia, Polônia, Suécia, Canadá e Nova Zelândia.
Durante a primeira audiência prévia, foi declarada a detenção por dois meses por pirataria de dois ativistas russos, o fotógrafo Denis Siniakov e Roman Dolgov, que afirmaram que não tinham participado de tentativa de se amarrar à plataforma "Prirazlomnaya", da companhia Gazprom.
"A medida de prisão preventiva é ilegal e a suspeita (de pirataria) é absurda", disse Greenpeace Rússia em comunicado divulgado após o fim da audiência.
O restante da embarcação "Arctic Sunrise" que não foi ouvida hoje fo transferida para centros de detenção provisórios e aguardam a decisão dos juízes para saber se continuarão presos.
Todos eles podem ser acusados de pirataria de acordo com processo penal aberta pelo Comitê de Instrução russo.
O Greenpeace Rússia disse que durante "a ação de protesto pacífico não foi usada a violência, não houve assalto nem apropriação de bens alheios, nem tentativa de tomar o controle de um navio", por isso não faz sentido a acusação de pirataria.
Os ativistas detidos na quinta-feira passada a bordo do "Arctic Sunrise" procedem de 19 países: Rússia, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, Brasil, República Tcheca, Polônia, Turquia, Dinamarca, Finlândia, Suécia e França.