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Prisão de universitários causa revolta na Nicarágua

Os estudantes, que protestavam contra a reforma previdência desde abril, iniciaram a onda de protestos que exigem a renuncia do presidente Ortega

Nicarágua: quatro dos seis estudantes presos já foram liberados (Juan Carlos Ulate/Reuters)

Nicarágua: quatro dos seis estudantes presos já foram liberados (Juan Carlos Ulate/Reuters)

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AFP

Publicado em 5 de setembro de 2018 às 11h02.

Seis estudantes universitários foram presos na noite de terça-feira (4) em uma batida policial contra líderes dos protestos visando ao governo na Nicarágua, embora quatro deles tenham sido liberados horas depois, em um movimento que chocou a comunidade estudantil temerosa por sua segurança.

"Exigimos que os detidos sejam libertados imediatamente e que seus direitos constitucionais e, acima de tudo, seus direitos humanos sejam garantidos", exigiu a Universidade Centro-Americana (UCA) em um comunicado.

A UCA descreveu como "arbitrária" a prisão dos estudantes Ariana Moraga, Grecia Ramírez, Isquero Malespín, Edwin Carcache, Alejandro Centeno e Judith Mairena.

Quase dez horas após a prisão, as quatro mulheres foram libertadas. Nenhuma delas deu declarações, confirmou a oposição Civic Alliance (AC), que reúne grupos da sociedade civil.

Carcache, Mairena e Malespín eram delegadas da aliança de oposição que participa do diálogo nacional com o governo do presidente Daniel Ortega, sob a mediação da Igreja católica.

A polícia nicaraguense não se manifestou a respeito das prisões.

A diretora da Anistia Internacional para a América Latina, Erika Guevara Rosas, falou no Twitter sobre a captura dos estudantes e lembrou que, em 25 de agosto, pediu a Ortega informações sobre o paradeiro de outros sete estudantes presos.

Os estudantes começaram os protestos em 18 de abril contra uma reforma da Previdência Social, movimento que foi estendido para outros setores sociais até que se tornou uma exigência de renúncia para Ortega e sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo.

A violência generalizada durante 140 dias deixou mais de 320 mortos, 2000 feridos e um número desconhecido de detidos e de desaparecidos, além de milhares de refugiados nos países vizinhos.

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