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Primeiro-ministro do Japão vai continuar no cargo

Yoshihiko Noda manterá seu cargo como chefe de governo após ser reeleito líder de seu partido nesta sexta-feira

Em seu primeiro mandato, Noda priorizou em seu mandato o saneamento das contas públicas do Japão (Yuriko Nakao/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2012 às 18h56.

Tóquio - O primeiro-ministro do Japão , Yoshihiko Noda, manterá seu cargo como chefe de governo após ser reeleito líder de seu partido nesta sexta-feira, em um momento marcado pela pressão para que as eleições gerais sejam antecipadas e pela tensão nas disputas territoriais com China e Coreia do Sul.

Noda, que priorizou em seu mandato o saneamento das contas públicas do Japão (a maior dívida pública entre os países desenvolvidos), renovou sua liderança à frente do Partido Democrático do Japão (PDJ) com amplo apoio de seus membros em relação aos outros três candidatos.

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Após a votação, Noda se comprometeu a impulsionar a economia para fortalecer seu partido nas eleições gerais que estão cada vez mais próximas. O primeiro-ministro prometeu à oposição convocar eleições antecipadas "em breve", mas sem especificar uma data.

Em troca, obteve apoio parlamentar para aprovar uma lei de reforma tributária que incluía uma polêmica alta do IVA, o que desgastou sua popularidade.

"Estamos em uma situação difícil tanto no nível doméstico como no exterior, e sinto uma grande responsabilidade já que devo tomar as decisões que sejam convenientes", admitiu Noda após saber de sua vitória.

A reeleição do atual chefe de governo contribui para reforçar uma imagem de estabilidade em Tóquio. O Japão está envolvido em disputas diplomáticas com seus vizinhos.

O principal problema é com Pequim, após a compra por parte do governo japonês das ilhas Senkaku (conhecidas como Diaoyu em chinês) das mãos de seu dono japonês, uma decisão que provocou violentos protestos anti-Japão na China entre os dias 15 e 18 deste mês.


Nesse sentido, alguns analistas sugerem que a aquisição das ilhas realizada há poucos dias contribui para uma imagem de liderança forte contra o poderio da China, e é o mais apropriado em um momento no qual a popularidade do Executivo é baixa de acordo com as pesquisas de opinião.

Em relação à disputa com Seul pelas ilhas Takeshima (Dokdo na Coreia do Sul), o líder japonês não vacilou na hora de condenar a recente visita ao arquipélago do presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, e de apoiar a ideia de levar o assunto à Corte Internacional de Justiça (CIJ).

Hoje, Noda obteve 818 pontos dos 1.231 que havia em jogo para a escolha do presidente do partido, uma vitória esperada e esmagadora, que legitima sua autoridade sobre as bases do PDJ.

Tudo indica que o primeiro-ministro deve anunciar na próxima semana uma nova rodada de mudanças em seu Gabinete, de acordo com fontes do governo. Esta será a terceira reforma em pouco mais de um ano para tentar melhorar os níveis de popularidade do Governo entre o eleitorado.

Em pouco mais de um ano no poder, Noda não conseguiu consolidar a alta taxa de popularidade com a qual chegou ao governo, algo que também aconteceu com seus antecessores, tanto do PDJ como do Partido Liberal-Democrata. Desde 2007, o Japão já teve seis primeiros-ministros.

A imprensa local diz ser pouco provável que Noda consiga ficar muito mais tempo no poder, muito menos completar sua legislatura que termina em 2013. Após a deserção de aproximadamente 50 parlamentares em julho, o PDJ mantém um controle legislativo muito precário.

Atualmente, bastaria a renúncia de seis ou sete parlamentares do PDJ para expor o gabinete a uma moção de censura, o que praticamente forçaria a dissolução da Câmara Baixa e a antecipação de eleições.

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