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Primeira-ministra britânica atribui ataque ao extremismo

Atentado deixou sete mortos, além dos três agressores, em Londres. Eleições estão confirmadas para a próxima quinta

Theresa May, em discurso após ataque: país enfrenta "uma nova forma de ameaça" (Kevin Coombs/Reuters)

Theresa May, em discurso após ataque: país enfrenta "uma nova forma de ameaça" (Kevin Coombs/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de junho de 2017 às 10h30.

Última atualização em 5 de junho de 2017 às 10h43.

A primeira-ministra britânica Theresa May atribuiu neste domingo ao extremismo islâmico o atentado que deixou sete mortos, além dos três agressores, em uma zona de bares de Londres e confirmou as eleições legislativas para a próxima quinta-feira.

Três homens atropelaram com uma van os transeuntes na famosa London Bridge, antes de descer do veículo e esfaquear várias pessoas no Borough Market, em uma área de bares e restaurantes ao redor do mercado.

A polícia matou os três homens apenas oito minutos depois de receber o primeiro alerta sobre o incidente.

"Infelizmente, acabam de confirmar que sete pessoas morreram", afirmou a chefe de polícia da capital inglesa, Cressida Dick.

A polícia também informou que 48 pessoas foram hospitalizadas.

Entre os feridos estão quatro franceses, um espanhol e um australiano, de acordo com seus respectivos governos.

Após uma reunião extraordinária de seu comitê de segurança, May disse que o país enfrenta "uma nova forma de ameaça", na qual os autores dos atentados "copiam uns aos outros" e se inspiram em "uma ideologia do mal do extremismo islâmico".

"O terrorismo alimenta o terrorismo e os autores passam ao ato não com base em complôs cuidadosamente preparados, e sim porque são agressores que copiam uns aos outros utilizando os meios mais ordinários", disse May em Downing Street após a reunião.

Vencer a ideologia islamita "é um dos grandes desafios do nosso tempo", completou, antes de ressaltar que a resposta não deve ser apenas realizar operações antiterroristas continuamente, e sim levá-la ao terreno das ideias e a internet "para evitar a propagação".

Quase todos os partidos suspenderam a campanha neste domingo, mas esta continuará "amanhã (segunda-feira) e as eleições gerais acontecerão como estava previsto na quinta-feira, 8 de junho", disse May.

- Oito minutos infernais -

"Às 22H08 (18H08 de Brasília) de ontem começamos a receber avisos de que um veículo havia atropelado transeuntes na London Bridge", disse um porta-voz da polícia.

"O veículo prosseguiu da London Bridge para Borough Market. Os suspeitos abandonaram o veículo e um número de pessoas foi esfaqueado", acrescentou a mesma fonte.

"Policiais armados responderam rapidamente e de forma corajosa, enfrentando os três homens suspeitos, que foram atingidos por tiros e morreram", explicou o porta-voz.

A morte dos suspeitos aconteceu "em oito minutos" desde que a Polícia recebeu o alerta do incidente, elogiou a mesma fonte.

"Os suspeitos estavam com algo que pareciam cinturões de explosivos, mas que depois se revelaram falsos", concluiu.

Gerard Vowls, de 47 anos, que estava assistindo a final da Champions League no pub Ship, afirmou ao jornal The Guardian que viu o momento em que esfaquearam uma mulher de 10 a 15 vezes.

"Ela dizia 'me ajuda', 'me ajuda', e não pude fazer nada", lamentou.

Vowls jogou cadeiras, vasos e garrafas na direção dos agressores para tentar afastá-los da mulher.

"Eles voltaram para tentar me esfaquear. Quero saber se a mulher está bem. Estou chorando há uma hora e meia, dando voltas, não sei o que fazer", disse, muito abalado.

Outra testemunha, Alex Shellum, disse à BBC que estava em um bar na London Bridge com amigos quando "uma mulher ferida entrou e pediu ajuda".

"Ela sangrava muito no pescoço, parecia que haviam cortado o seu pescoço. As pessoas tentaram estancar a hemorragia".

Gerard, que também estava na área, disse à BBC que viu um homem dando pelo menos 10 facadas em uma jovem.

"Estavam esfaqueando todo mundo. Corriam e gritavam: 'Isto é por Alá!'", relatou.

- Terceiro atentado em menos de três meses -

O atentado aconteceu a quatro dias das eleições legislativas e foi o segundo no Reino Unido em menos de duas, depois do ataque que deixou 22 mortos em Manchester em 22 de maio em um show da cantora Ariana Grande, e o terceiro em menos de três meses.

O ataque se parece com o executado em 22 de março perto do Parlamento, quando um homem atropelou várias pessoas na ponte de Westminster e depois esfaqueou um policial. Cinco pessoas morreram na ação terrorista.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aproveitou o atentado para pedir à justiça de seu país que retire o bloqueio a seu decreto que pretende proibir a entrada no território americano de pessoas de certas nacionalidades.

"Precisamos da proibição de viajar como nível adicional de segurança!", escreveu no Twitter.

Trump também ofereceu ajuda ao aliado europeu.

"Tudo o que os Estados Unidos puderem fazer para ajudar Londres e o Reino Unido, estaremos lá. ESTAMOS COM VOCÊS. QUE DEUS OS ABENÇOE!", tuitou Trump.

A chanceler alemã Angela Merkel expressou solidariedade e disse que "hoje estamos unidos além de qualquer fronteira pelo horror e o luto, mas também pela determinação".

O presidente russo Vladimir Putin também condenou o atentado e expressou "profundos pêsames" ao povo britânico.

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