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Presidente turco celebra vitória com vantagem estreita

Erdogan venceu o referendo com apenas 51,3% dos votos, mas nas três maiores cidades turcas – Istambul, Izmir e Ancara –, o "não" prevaleceu

Referendo na Turquia: O voto pelo "sim" substitui a democracia parlamentarista por uma presidência poderosa  (Huseyin Aldemir/Reuters)

Referendo na Turquia: O voto pelo "sim" substitui a democracia parlamentarista por uma presidência poderosa (Huseyin Aldemir/Reuters)

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Reuters

Publicado em 16 de abril de 2017 às 17h07.

Última atualização em 16 de abril de 2017 às 17h09.

Ancara/Istambul - O presidente turco, Tayyip Erdogan, comemorou o que ele disse ser um resultado claro em um referendo no domingo (16) para conceder-lhe novos e amplos poderes, mas adversários disseram que iriam questionar o resultado que apontava uma estreita vantagem, com 51,3 por cento votos favoráveis a Erdogan.

Quase todas as cédulas foram abertas para a contagem, informou a agência de notícias estatal Anadolu, embora uma defasagem entre a abertura e a contagem pudesse levar a uma margem ainda mais estreita.

Erdogan ligou para o primeiro-ministro Binali Yildirim e para o líder do partido nacionalista MHP, que apoiaram o voto pelo "sim", para felicitá-los, disseram fontes presidenciais. Eles citaram Erdogan dizendo que o resultado do referendo foi claro.

Nas três maiores cidades turcas - Istambul, Izmir e Ancara -, o "não" pareceu prevalecer estreitamente, de acordo com as redes de televisão turcas.

Dirigindo-se a uma multidão fora da sede do AKP em Ancara, Yildirim disse que os números não oficiais mostravam o "sim" à frente.

"Uma nova página foi aberta em nossa história democrática", disse Yildirim. "Somos irmãos, um corpo, uma nação".

Comboios de carros buzinando em comemoração com seus passageiros acenando bandeiras das janelas lotavam uma avenida principal em Ancara, enquanto eles se dirigiram para a sede do AKP para comemorar.

O voto pelo "sim" substituiria a democracia parlamentarista da Turquia por uma presidência poderosa e pode colocar Erdogan no cargo até ao menos 2029, na mudança mais radical do sistema político do país em sua história moderna.

O resultado também irá moldar as tensas relações da Turquia com a União Europeia. O país membro da Otan conteve o fluxo de imigrantes - principalmente de refugiados das guerras na Síria e Iraque - para o bloco, mas Erdogan disse que pode revisar o acordo após a votação.

OPartido Republicano do Povo (CHP), de oposição, disse que vai pedir recontagem de até 60 por cento dos votos, protestando contra uma decisão de última hora do conselho eleitoral de aceitar urnas não seladas como votos válidos.

Mais cedo, uma multidão gritava "Recep Tayyip Erdogan" e aplaudia à medida que o presidente apertava mãos e cumprimentava pessoas após votar em uma escola próxima a sua casa em Istambul. Sua equipe entregou brinquedos para crianças na multidão.

"Se Deus quiser, acredito que nosso povo irá decidir em abrir o caminho para um desenvolvimento muito mais rápido", disse Erdogan na mesa de voto após votar.

"Acredito no senso comum democrático do meu povo."

O referendo dividiu amargamente a nação. Erdogan e seus apoiadores dizem que as mudanças são necessárias para melhorar a atual constituição, escrita por generais após um golpe militar de 1980, confrontar os desafios de segurança e políticos que a Turquia enfrenta e evitar os frágeis governos de coalizão do passado.

Oponentes dizem ser um passo para maior autoritarismo em um país onde cerca de 47 mil pessoas foram presas pendendo julgamento e 120 mil demitidas ou suspensas de seus trabalhos em uma repressão após um golpe frustrado em julho, gerando críticas de aliados ocidentais da Turquia e grupos de direitos humanos.

Relações entre a Turquia e Europa atingiram uma nova baixa durante a campanha do referendo, quando países da UE, incluindo Alemanha e Holanda, barraram ministros turcos de realizarem comícios em apoio às mudanças. Erdogan chamou os impedimentos de "atos nazistas" e disse que a Turquia irá reconsiderar laços com a União Europeia após muitos anos de busca por participação na UE.

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