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Presidente romeno enfrenta segundo referendo de revogação

O referendo, que acontece nos dias 15 e 22 de julho, é a chance da população romena dar a última palavra sobre os rumos do governo

Traian Basescu: Presidente foi reeleito em 2009, e seu segundo e último mandato termina em 2014, dependendo do resultado do referendo (Wikimedia Commons)

Traian Basescu: Presidente foi reeleito em 2009, e seu segundo e último mandato termina em 2014, dependendo do resultado do referendo (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2012 às 19h07.

Bucareste - O Parlamento da Romênia votou nesta sexta-feira a favor da revogação do cargo do presidente, o conservador Traian Basescu, por suposta violação contínua da Constituição, levando o controverso ex-marinheiro mercante a enfrentar pela segunda vez um referendo que decidirá seu destino.

O referendo, que acontece nos dias 15 e 22 de julho, é a chance da população romena dar a última palavra sobre os rumos do governo.

Basescu estreou na política depois da queda do comunismo e é presidente do país balcânico desde 2004, quando ganhou a confiança dos romenos com eloquentes promessas de reforma do modelo de Estado e da própria classe política.

O presidente foi reeleito em 2009, e seu segundo e último mandato termina em 2014, dependendo do resultado do referendo.

Nascido em 4 de novembro de 1951 na cidade de Murfatlar, junto ao Mar Negro, Basescu está vinculado ao liberal-conservador e opositor Partido Democrático Liberal (PDL) e foi duas vezes ministro dos Transportes, antes de chegar em 2000 à prefeitura da capital Bucareste.

Com essa importante vitrine política, Basescu ganhou popularidade e a fama de líder firme e carismático, o que lhe permitiu se impor com clareza nas eleições presidenciais de 2004.

Sua vitória foi saudada dentro e fora do país como uma oportunidade para a regeneração política, após os poucos resultados dos primeiros 15 anos de transformação democrática.


Ricos em gestos simbólicos, os dois mandatos presidenciais de Basescu se caracterizaram também por sua incapacidade de formar um Executivo estável.

Não é a primeira vez que o Parlamento vota a destituição de Basescu. Em 2007, questionado pelo governo e pela maioria parlamentar, como agora, foi revogado por social-democratas e liberais por supostos abusos contra a Constituição.

Os cidadãos então rejeitaram por arrasadora maioria sua cassação, e Basescu, muito popular naquele momento, reforçou sua imagem de reformador de uma classe política clientelista e ineficaz.

A popularidade do ex-marinheiro agora está em baixa, após aplicar as políticas de austeridade mais severas da Europa e ser duramente criticado por seu personalismo e acusado por supostos casos de corrupção e de nepotismo em seu círculo político.

Sua enorme influência sobre os governos do conservador PDL, sua postura nas negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), apropriando-se das atribuições do Executivo, e suas constantes explosões públicas lhe custaram a antipatia de boa parte da população.

Conhecido por seu estilo popular, Basescu marca suas aparições públicas com sonoras gargalhadas, e não perde a chance de fazer brincadeiras, até nas situações mais formais.

No final dos anos 80, Basescu dirigiu a agência da Marinha Mercante romena Navrom em Antuérpia (Bélgica) e acostuma evocar com emoção seu passado de marinheiro.

Sua destituição significaria o fim de uma era na política romena, claramente dominada e polarizada por sua forte personalidade.

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