Presidente eleito da Argentina e Nicolás Maduro comemoram soltura de Lula
Ex-presidente brasileiro deixou a prisão nesta sexta-feira após se beneficiar de decisão do STF que derruba a prisão em segunda instância
AFP
Publicado em 8 de novembro de 2019 às 19h55.
Última atualização em 8 de novembro de 2019 às 20h32.
O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández , voltou a usar o Twitter para elogiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva , como já havia feito na noite de quinta-feira, 7. Ele disse ser comovente a "fortaleza de @LulaOficial" para enfrentar essa "perseguição" que, segundo ele, é a definição do "processo judicial arbitrário a que foi submetido". "Sua fortaleza demonstra não apenas o compromisso, mas também a imensidão desse homem", escreveu.
Sua vice na chapa e ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner também foi ao Twitter comentar a liberdade do político aliado. "Cessa hoje uma das maiores aberrações da lei na América Latina: a privação ilegal da liberdade do ex-presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva", escreveu.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, também comemorou a saída do petista da prisão, classificando o ex-presidente brasileiro como um "líder humanista, antineoliberal e mundial".
"O povo venezuelano está feliz e saúda a libertação de Lula. Compartilhamos este momento de felicidade", disse Maduro em ato de governo, que foi transmitido de forma obrigatória por todas as estações de rádio e televisão da Venezuela, enquanto os telespectadores assistiam a imagens da saída de Lula da prisão.
Sorridente, Maduro aplaudiu e gritou várias vezes "viva Lula" no palácio presidencial de Miraflores.
"A América do Sul está se mexendo, uma nova onda de povos livres se levanta. O importante é ter povos mobilizados", comentou Maduro, após se referir a Lula como "grande companheiro e irmão" do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez, que governou entre 1999 e 2013.
Saída de Lula da prisão
Lula saiu nesta sexta-feira, 8, da sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde estava preso havia um ano e sete meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele foi beneficiado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), na véspera, de que as penas só sejam cumpridas após o esgotamento de todos os recursos legais, o chamado trânsito em julgado.11
Ainda na noite de quinta-feira, após a decisão do Supremo, Fenández já havia festejado a medida. Em sua conta pessoal no Twitter, o político comemorou como uma vitória e escreveu a hashtag "LulaLivreAmanhã".
"O Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiu que as condenações à prisão somente são executáveis uma vez que os recursos tenham se esgotados. É a mesma coisa que nós temos reclamado na Argentina há alguns anos. Valeu a pena a demanda de muitos! #LulaLivreAmanhã!", escreveu.
Peronista moderado e pragmático, Fernández foi a surpresa da eleição na Argentina, despontando como favorito em agosto, ao obter 48% dos votos nas primárias, impulsionado por uma oposição peronista unificada e Cristina. Eles venceram a eleição e no dia da vitória, Fernández gritou "Lula Livre" para seus eleitores.
(Com Estadão Conteúdo e EFE)