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Presidente egípcio deposto volta ao tribunal

Mursi e outros líderes da Irmandade Muçulmana, entre eles seu guia supremo, Mohamed Badie, se apresentaram ao juiz uniformizados e atrás das grades

Mohamed Mursi: o presidente deposto, aparentemente bem de saúde, escutou com ar de surpresa o nome dos 132 acusados lidos pela promotoria (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2014 às 19h04.

O ex-presidente islamita egípcio Mohamed Mursi , deposto pelas Forças Armadas em julho passado, começou a ser julgado nesta terça-feira no Cairo por ter fugido da prisão durante a revolução de 2011.

No mesmo momento, um general da polícia e assessor do ministro do Interior foi assassinado na capital por dois homens que fugiram de moto.

O assassinato aconteceu em meio à onda de atentados jihadistas contra as forças de ordem, que reprimem violentamente toda manifestação dos partidários de Mursi desde a sua destituição e prisão, no dia 3 de julho.

Mursi e outros líderes da Irmandade Muçulmana, entre eles seu guia supremo, Mohamed Badie, se apresentaram ao juiz uniformizados e atrás das grades, segundo imagens exibidas pela televisão estatal.

O presidente deposto, aparentemente bem de saúde, escutou com ar de surpresa o nome dos 132 acusados lidos pela promotoria.

Mursi, primeiro chefe de Estado eleito democraticamente no Egito , pode ser condenado à morte caso seja considerado culpado de fuga da prisão com a cumplicidade, segundo a acusação, de membros do Hamas palestino, do Hezbollah libanês e de movimentos jihadistas.

O islamita compareceu pela primeira vez ao tribunal no dia 4 de novembro, quando chamou as quatro acusações que pesam contra ele de "julgamentos políticos" iniciados pelo poder "ilegítimo" dos autores de um "golpe de Estado".

O julgamento é realizado um dia após o anúncio do comando militar egípcio de seu apoio à candidatura à Presidência de seu chefe, o marechal Abdel Fattah Al-Sissi.

O momento também é marcado pelos três anos da revolta popular que, em meio à Primavera Árabe, acabou com 30 anos do regime de Hosni Mubarak.


Mursi e os demais réus, entre eles dezenas de membros do Hamas e do Hezbollah julgados à revelia, são acusados de fugir da prisão, em plena revolta contra Mubarak, se aproveitando dos ataques de membros destas organizações e da Irmandade Muçulmana contra as prisões.

Vários policiais morreram e milhares de detidos fugiram nesses ataques.

Mursi, detido logo após sua deposição, deve responder por mais quatro acusações, três das quais passíveis de pena de morte.

Em sete meses, mais de 1.000 manifestantes pró-Mursi foram mortos na repressão implacável de policiais e soldados, enquanto milhares de islamitas foram presos, incluindo quase todos os líderes da Irmandade Muçulmana, movimento ao qual Mursi pertence.

Nesta terça-feira, homens armados assassinaram no Cairo Mohamed Said, um general da Polícia e conselheiro do ministro do Interior. O ataque foi reivindicado pelo grupo Ansar Beit al-Maqdes, que também se considera responsável por um ato de sabotagem contra um gasoduto na Península do Sinai, na segunda-feira.

Poucas horas depois, um policial que vigiava uma igreja da capital egípcia morreu atingido por disparos efetuados por três homens que estavam em um carro.

Embora os últimos atentados contra a Polícia tenham sido reivindicados pelo Ansar Beit al-Maqdes, que se inspira na Al-Qaeda, o Exército os atribui à Irmandade Muçulmana, movimento de Mursi, declarado "organização terrorista".

O general Said dirigia o gabinete técnico do Ministério do Interior, em contato direto com o ministro Mohamed Ibrahim, que em 5 de setembro escapou de outro atentado no Cairo reivindicado pelo Ansar Beit al-Maqdes.

Esse grupo de insurgentes jihadistas, com base na Península do Sinai, tem como alvo as forças de segurança. De acordo com o grupo, os ataques são em represália contra a repressão do Exército às manifestações favoráveis a Mursi.

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O ex-presidente islamita egípcio Mohamed Mursi , deposto pelas Forças Armadas em julho passado, começou a ser julgado nesta terça-feira no Cairo por ter fugido da prisão durante a revolução de 2011.

No mesmo momento, um general da polícia e assessor do ministro do Interior foi assassinado na capital por dois homens que fugiram de moto.

O assassinato aconteceu em meio à onda de atentados jihadistas contra as forças de ordem, que reprimem violentamente toda manifestação dos partidários de Mursi desde a sua destituição e prisão, no dia 3 de julho.

Mursi e outros líderes da Irmandade Muçulmana, entre eles seu guia supremo, Mohamed Badie, se apresentaram ao juiz uniformizados e atrás das grades, segundo imagens exibidas pela televisão estatal.

O presidente deposto, aparentemente bem de saúde, escutou com ar de surpresa o nome dos 132 acusados lidos pela promotoria.

Mursi, primeiro chefe de Estado eleito democraticamente no Egito , pode ser condenado à morte caso seja considerado culpado de fuga da prisão com a cumplicidade, segundo a acusação, de membros do Hamas palestino, do Hezbollah libanês e de movimentos jihadistas.

O islamita compareceu pela primeira vez ao tribunal no dia 4 de novembro, quando chamou as quatro acusações que pesam contra ele de "julgamentos políticos" iniciados pelo poder "ilegítimo" dos autores de um "golpe de Estado".

O julgamento é realizado um dia após o anúncio do comando militar egípcio de seu apoio à candidatura à Presidência de seu chefe, o marechal Abdel Fattah Al-Sissi.

O momento também é marcado pelos três anos da revolta popular que, em meio à Primavera Árabe, acabou com 30 anos do regime de Hosni Mubarak.


Mursi e os demais réus, entre eles dezenas de membros do Hamas e do Hezbollah julgados à revelia, são acusados de fugir da prisão, em plena revolta contra Mubarak, se aproveitando dos ataques de membros destas organizações e da Irmandade Muçulmana contra as prisões.

Vários policiais morreram e milhares de detidos fugiram nesses ataques.

Mursi, detido logo após sua deposição, deve responder por mais quatro acusações, três das quais passíveis de pena de morte.

Em sete meses, mais de 1.000 manifestantes pró-Mursi foram mortos na repressão implacável de policiais e soldados, enquanto milhares de islamitas foram presos, incluindo quase todos os líderes da Irmandade Muçulmana, movimento ao qual Mursi pertence.

Nesta terça-feira, homens armados assassinaram no Cairo Mohamed Said, um general da Polícia e conselheiro do ministro do Interior. O ataque foi reivindicado pelo grupo Ansar Beit al-Maqdes, que também se considera responsável por um ato de sabotagem contra um gasoduto na Península do Sinai, na segunda-feira.

Poucas horas depois, um policial que vigiava uma igreja da capital egípcia morreu atingido por disparos efetuados por três homens que estavam em um carro.

Embora os últimos atentados contra a Polícia tenham sido reivindicados pelo Ansar Beit al-Maqdes, que se inspira na Al-Qaeda, o Exército os atribui à Irmandade Muçulmana, movimento de Mursi, declarado "organização terrorista".

O general Said dirigia o gabinete técnico do Ministério do Interior, em contato direto com o ministro Mohamed Ibrahim, que em 5 de setembro escapou de outro atentado no Cairo reivindicado pelo Ansar Beit al-Maqdes.

Esse grupo de insurgentes jihadistas, com base na Península do Sinai, tem como alvo as forças de segurança. De acordo com o grupo, os ataques são em represália contra a repressão do Exército às manifestações favoráveis a Mursi.

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