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Presidente do Panamá rejeita acusações da Odebrecht

Em entrevista, o advogado da empreiteira Rodrigo Tacla relatou que Varela recebeu doações da construtora para sua campanha política

Juan Carlos Varela: "Quem está sendo investigado tem de prestar contas. Eu não estou sendo investigado por ninguém", disse o presidente panamenho (Juan Carlos Ulate/Reuters)
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AFP

Publicado em 28 de julho de 2017 às 11h29.

Última atualização em 28 de julho de 2017 às 11h31.

O presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, classificou de "totalmente falsas" as acusações feitas contra ele por um dos advogados da empresa brasileira Odebrecht , acusada de pagar milionárias propinas na América Latina para obter contratos.

Em entrevista publicada no jornal espanhol "El País", o advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla relatou que Varela recebeu doações da construtora para sua campanha política. Também diz que a Odebrecht teria pago a fornecedores de uma empresa familiar do presidente.

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"Quem está sendo investigado tem de prestar contas. Eu não estou sendo investigado por ninguém. É totalmente falso o que está sendo dito", declarou Varela aos jornalistas.

"Não vou opinar em um caso que o Ministério Público (Procuradoria Geral) está investigando. Eles têm a responsabilidade de investigar e encontrar os responsáveis e que se saiba toda verdade", insistiu o presidente.

Na entrevista, Tacla contou ainda que a Odebrecht "cobriu gastos dos principais candidatos das eleições gerais panamenhas de 2014: o governista José Domingo Arias e seu adversário, o atual presidente, Juan Carlos Varela. Apostou nos dois".

Candidato do partido do ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014), Arias prestou depoimento várias vezes à Procuradoria.

"A construtora também antecipou 1 milhão de euros a dois fornecedores de uma empresa de rum propriedade de Varela (Varela Hermanos). O pagamento foi feito por uma conta do HSBC em Hong Kong", acrescentou Tacla.

"A informação que dão da (empresa) Varela Hermanos é totalmente falsa", refutou o presidente.

Em liberdade condicional na Espanha, o advogado brasileiro disse que "a Odebrecht também organizava festas. E enviava mulheres do Brasil para celebrações com políticos no Panamá e na República Dominicana".

"Era a forma de a construtora expressar seu agradecimento. Embora isso também se convertesse em chantagem", admite Tacla.

Segundo o advogado, o responsável pela Odebrecht no Panamá, André Rabello, "administrava informações sobre as esposas e sobre as relações extraconjugais dos políticos panamenhos".

"Assisti a uma reunião, em que Rabello disse que tinha a confirmação do presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, de que o país não ia responder às demandas judiciais do Brasil (sobre este caso)", acrescentou.

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