O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, anunciou por volta das 4h30 de quarta na hora local (16h30 de terça em Brasíla) que vai revogar a lei marcial que havia anunciado cinco horas antes. A medida foi denunciada pela oposição como tentativa de golpe de Estado.
Yoon disse, em pronunciamento, que reverterá a medida formalmente nas próximas horas.
"A Assembleia Nacional determinou que a lei marcial seja derrubada, então eu retirei as forças militares que haviam sido mobilizadas para aplicar a lei marcial. Vou suspender a lei marcial assim que tivermos quórum no gabinete. É de manhã cedo, então não temos quórum ainda", afirmou o presidente.
A medida havia sido derrubada pelo Congresso durante uma votação na madrugada. Pela Constituição do país, o presidente deve suspender uma lei marcial se a maioria do Congresso decidir por isso.
A lei marcial, anunciada de surpresa por Yoon, criou uma crise no país, pois ela poderia abrir caminho para um golpe de Estado, segundo a oposição. Pela lei marcial, as atividades do Parlamento são suspensas, por tempo indeterminado. Pessoas podem ser presas sem mandado judicial e a imprensa e os meios de comunicação podem ter seu conteúdo controlado pelo governo.
Yoon havia anunciado a medida por volta das 23h na hora local (11h em Brasília), em um discurso na TV. "Para proteger a Coreia do Sul liberal das ameaças trazidas pelas forças comunistas da Coreia do Norte e eliminar elementos anti-estatais, eu declaro lei marcial emergencial", disse o presidente.
"Sem se importar com a vida das pessoas, a oposição tem paralisado o governo por meio de impeachments, investigações especiais, e protegendo seu líder da Justiça", prosseguiu.
"Nossa Assembleia Nacional se tornou um paraíso para criminosos, um antro de ditadores legislativos que buscam paralisar os sistemas administrativo e judicial e derrubar nossa ordem democrática liberal", afirmou.
Yoon disse que a oposição tem barrado recursos para a segurança pública, o que tem tornado o país um "paraíso das drogas".
Crise na Coreia do Sul
1 /8Um homem observa o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, falar durante uma transmissão de notícias em uma televisão em uma estação de trem em Seul em 3 de dezembro de 2024, depois que ele declarou lei marcial de emergência, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária. "Para salvaguardar uma Coreia do Sul liberal das ameaças representadas pelas forças comunistas da Coreia do Norte e eliminar elementos anti-estado... Eu declaro lei marcial de emergência", disse Yoon em um discurso televisionado ao vivo para a nação(Um homem observa o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, falar durante uma transmissão de notícias em uma televisão em uma estação de trem em Seul em 3 de dezembro de 2024, depois que ele declarou lei marcial de emergência, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária. "Para salvaguardar uma Coreia do Sul liberal das ameaças representadas pelas forças comunistas da Coreia do Norte e eliminar elementos anti-estado... Eu declaro lei marcial de emergência", disse Yoon em um discurso televisionado ao vivo para a nação)
2 /8Pessoas se reúnem em frente ao portão principal da Assembleia Nacional em Seul, Coreia do Sul, em 4 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária(Pessoas se reúnem em frente ao portão principal da Assembleia Nacional em Seul, Coreia do Sul, em 4 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária)
3 /8Han Dong-hoon (C), chefe do Partido do Poder Popular no poder, é entrevistado a caminho da Assembleia Nacional em Seul em 3 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país das "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária(Han Dong-hoon (C), chefe do Partido do Poder Popular no poder, é entrevistado a caminho da Assembleia Nacional em Seul em 3 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país das "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária)
4 /8Legisladores do principal partido de oposição, o Partido Democrata, correm para a Assembleia Nacional em Seul, Coreia do Sul, em 3 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária(Legisladores do principal partido de oposição, o Partido Democrata, correm para a Assembleia Nacional em Seul, Coreia do Sul, em 3 de dezembro de 2024, depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou lei marcial de emergência. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência em 3 de dezembro, dizendo que a medida era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária)
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Horas depois do discurso, por volta da 1h na hora de Seul (13h em Brasília) o Parlamento se reuniu e votou pela derrubada da lei marcial, que considerou como tentativa de golpe de Estado. Havia 190 deputados presentes, de um total de 300, e todos foram a favor do fim da medida.
Militares também entraram no Congresso, mas deixaram o local após a votação derrubar a medida.
Após o discurso do presidente, milhares de pessoas foram protestar contra a lei marcial em frente ao Parlamento. Os manifestantes pedem o impeachment de Yoon e seguiam nas ruas próximas à sede do Legislativo mesmo após os parlamentares votarem contra a lei marcial.
Minoria no Parlamento
Yoon é presidente da Coreia do Sul desde 2022. Ele teve uma vitória muito apertada, por apenas 0,7 ponto percentual e, com minoria no Parlamento, tem enfrentado muita dificuldade para aprovar projetos.
O presidente Yoon, que faz parte do conservador Partido do Poder Popular, nfrenta um Parlamento dominado pela oposição liberal, formada pelo Partido Democrata e passa por um impasse para aprovar o orçamento do próximo ano.
O líder também está envolvido em denúncias de corrupção, que envolvem sua esposa e altos funcionários do governo.