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Premiê italiano renuncia sob pressão de provável sucessor

Enrico Letta anunciou sua decisão alguns minutos depois de uma votação das lideranças de sua formação de centro-esquerda exigindo uma mudança de governo

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2014 às 17h44.

O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, anunciou nesta quinta-feira a sua renúncia, depois de ser pressionado pelo líder do seu partido , Matteo Renzi, que deve sucedê-lo à frente do governo .

Letta anunciou sua decisão alguns minutos depois de uma votação das lideranças de sua formação de centro-esquerda, o Partido Democrata (PD), exigindo uma mudança de governo. Essa moção proposta por Renzi pedia "a abertura de uma nova fase com um novo executivo apoiado pela maioria atual", com a centro-direita. Ela foi aprovada pela ampla maioria de 136 votos (de pouco mais de 150).

"É a crise no governo. Renzi vai para o Palácio Chigi (sede do governo) com o sinal verde do PD", era a manchete do jornal La Stampa em seu site pouco depois dos anúncios.

Ao ler o documento exigindo a abertura "de uma nova página", Renzi, prefeito de Florença de 39 anos, homenageou Enrico Letta "pelo importante trabalho feito" e se defendeu das críticas de que queria derrubar seu antecessor.

Ele reconheceu em Letta o mérito de ter assumido a liderança de uma coalizão inédita de centro-direita, de "amplo consenso" em uma situação econômica, social e política difícil. Mas considerou necessário e urgente "mudar de horizonte e de ritmo", exortando os outros integrantes da direção do PD a se arriscarem pela mudança e a "sairem do atoleiro".

Sem dar detalhes sobre o conteúdo de seu futuro programa, Renzi falou de "mudanças profundas".

Renzi descartou uma volta às urnas. Para ele, eleições "não conseguirão resolver os problemas do país, na ausência de uma lei eleitoral que garanta alguma maioria", disse, estabelecendo como prazo para o fim da legislatura o ano de 2018.


A impaciência de Matteo Renzi

Letta, ex-número dois do Partido Democrata, decidiu não participar da reunião, oficialmente para permitir a seus colegas tomar suas decisões "com o máximo de serenidade".

No final dos debates da direção do PD, o destino de Letta foi selado, com a grande maioria dos participantes pedindo um "ato de clareza".

Na véspera, Letta havia desafiado seu adversário, apresentando um programa para relançar seu governo, chamado "Compromisso Itália".

"Interromper minha ação a serviço do país não está no meu DNA", havia afirmado Letta.

Letta chegou à liderança do PD em dezembro do ano passado. Depois da conclusão de um acordo com Silvio Berlusconi, em meados de janeiro, para uma nova lei eleitoral, Matteo Renzi mal conseguia esconder sua impaciência. Ele intensificou os ataques contra o governo de Letta, queixando-se da lentidão e da falta de determinação, apesar do pacto entre os dois para a manutenção do governo Letta até pelo menos o fim de 2014.

Segundo Giovanni Orsina, professor de Ciência Política da Universidade Luiss de Roma, o dualismo Renzi-Letta se tornou nas últimas semanas "mais um fator de paralisia política".

Letta "subirá" na sexta-feira ao Quirinal, colina onde está localizada a Presidência, depois de um último conselho de ministros no Palácio Chigi. Em seguida, o presidente Giorgio Napolitano deve realizar consultas com os diferentes partidos, antes de escolher Renzi para formar um novo governo.

Depois de formado, o novo executivo deve se apresentar ao Parlamento, talvez já na próxima terça, para obter o voto de confiança.

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O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, anunciou nesta quinta-feira a sua renúncia, depois de ser pressionado pelo líder do seu partido , Matteo Renzi, que deve sucedê-lo à frente do governo .

Letta anunciou sua decisão alguns minutos depois de uma votação das lideranças de sua formação de centro-esquerda, o Partido Democrata (PD), exigindo uma mudança de governo. Essa moção proposta por Renzi pedia "a abertura de uma nova fase com um novo executivo apoiado pela maioria atual", com a centro-direita. Ela foi aprovada pela ampla maioria de 136 votos (de pouco mais de 150).

"É a crise no governo. Renzi vai para o Palácio Chigi (sede do governo) com o sinal verde do PD", era a manchete do jornal La Stampa em seu site pouco depois dos anúncios.

Ao ler o documento exigindo a abertura "de uma nova página", Renzi, prefeito de Florença de 39 anos, homenageou Enrico Letta "pelo importante trabalho feito" e se defendeu das críticas de que queria derrubar seu antecessor.

Ele reconheceu em Letta o mérito de ter assumido a liderança de uma coalizão inédita de centro-direita, de "amplo consenso" em uma situação econômica, social e política difícil. Mas considerou necessário e urgente "mudar de horizonte e de ritmo", exortando os outros integrantes da direção do PD a se arriscarem pela mudança e a "sairem do atoleiro".

Sem dar detalhes sobre o conteúdo de seu futuro programa, Renzi falou de "mudanças profundas".

Renzi descartou uma volta às urnas. Para ele, eleições "não conseguirão resolver os problemas do país, na ausência de uma lei eleitoral que garanta alguma maioria", disse, estabelecendo como prazo para o fim da legislatura o ano de 2018.


A impaciência de Matteo Renzi

Letta, ex-número dois do Partido Democrata, decidiu não participar da reunião, oficialmente para permitir a seus colegas tomar suas decisões "com o máximo de serenidade".

No final dos debates da direção do PD, o destino de Letta foi selado, com a grande maioria dos participantes pedindo um "ato de clareza".

Na véspera, Letta havia desafiado seu adversário, apresentando um programa para relançar seu governo, chamado "Compromisso Itália".

"Interromper minha ação a serviço do país não está no meu DNA", havia afirmado Letta.

Letta chegou à liderança do PD em dezembro do ano passado. Depois da conclusão de um acordo com Silvio Berlusconi, em meados de janeiro, para uma nova lei eleitoral, Matteo Renzi mal conseguia esconder sua impaciência. Ele intensificou os ataques contra o governo de Letta, queixando-se da lentidão e da falta de determinação, apesar do pacto entre os dois para a manutenção do governo Letta até pelo menos o fim de 2014.

Segundo Giovanni Orsina, professor de Ciência Política da Universidade Luiss de Roma, o dualismo Renzi-Letta se tornou nas últimas semanas "mais um fator de paralisia política".

Letta "subirá" na sexta-feira ao Quirinal, colina onde está localizada a Presidência, depois de um último conselho de ministros no Palácio Chigi. Em seguida, o presidente Giorgio Napolitano deve realizar consultas com os diferentes partidos, antes de escolher Renzi para formar um novo governo.

Depois de formado, o novo executivo deve se apresentar ao Parlamento, talvez já na próxima terça, para obter o voto de confiança.

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