Nuri al-Maliki: crescente insurgência está ameaçando fragmentar o Iraque (Mandel Ngan/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2014 às 09h43.
Bagdá - O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, disse nesta quarta-feira que está comprometido a formar um novo governo num momento em que enfrenta crescentes pedidos de seus opositores, e de alguns de seus ex-aliados, para que deixe o cargo.
Uma crescente insurgência está ameaçando fragmentar o Iraque dois anos e meio depois da retirada das tropas dos Estados Unidos do país.
Os opositores internos de Maliki dizem que ele agravou a situação ao afastar os sunitas moderados que antes combatiam a al Qaeda, mas agora estão se aliando ao grupo extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL). "Nós vamos participar da primeira sessão do Parlamento em conformidade com os estipulado pela Constituição, o compromisso com o chamado da Marjaiya (órgão supremo do clero xiita do Iraque) e a lealdade ao nosso povo", disse Maliki na televisão estatal.
Na sexta-feira o próprio grão-aiatolá Ali al-Sistani, da Marjaiya, pediu que o processo de formação do governo começasse.
Na quarta-feira da semana passada foram confirmados os resultados da eleição nacional, realizada em abril, o que deu início ao processo pelo qual a primeira sessão do novo Parlamento tem de ser realizada até 1º de julho.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse que num encontro com Maliki na segunda-feira o primeiro-ministro havia "em vários momentos afirmado seu compromisso com 1º de julho" como a data para iniciar a formação de um novo governo.
Embora as autoridades norte-americanas tenham tido o cuidado de não dizer publicamente que querem a saída de Maliki do cargo, altos funcionários iraquianos afirmam que tal mensagem foi expressa nos bastidores.