Primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak: "estas últimas acusações fazem parte de uma conspiração política" (Jason Lee/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2015 às 07h09.
Bangcoc - O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, não desviou qualquer dinheiro do fundo estatal malaio de investimentos 1MDB, disse nesta sexta-feira o departamento do chefe de governo em comunicado, além de atribuir a acusação a uma conspiração política,
"Estas últimas acusações, atribuídas a investigadores anônimos como base para atacar o primeiro-ministro, fazem parte de uma conspiração política", diz o comunicado do departamento.
Além disso, o gabinete do premiê ameaçou os meios de comunicação a comprovarem a veracidade dos documentos vazados e solicitou que não publicassem nada que não tenha sido verificado "pelas autoridades competentes".
"Quanto às acusações, é preciso destacar que o 1MDB já declarou que a empresa nunca proporcionou recursos ao primeiro-ministro", acrescentou o comunicado.
Os jornais "Wall Street Journal" e "Sarawak Report" informaram hoje que cerca de US$ 700 milhões do fundo 1MDB foram desviados para as contas bancárias de Najib.
Essas publicações citam documentos da investigação governamental sobre este fundo de investimento, presidido por Najib, e que acumulou uma dívida de 42 bilhões de ringgits (US$ 11,124 bilhões) desde a sua criação há seis anos.
Segundo os meios citados, o dinheiro foi transferido de agências governamentais e bancos vinculados ao fundo 1MDB para cinco contas de Najib, incluídas duas transações de US$ 620 e 61 milhões realizadas em março de 2013, dois meses antes das últimas eleições gerais.
O fundo de investimento respondeu às informações com um comunicado no qual nega ter facilitado qualquer recurso para o primeiro-ministro.
"Sugerir o contrário, tal como fizeram alguns meios de comunicação, é altamente irresponsável e uma tentativa deliberada de solapar a companhia", disse o 1MDB.
O fundo também questionou a veracidade dos vários relatórios vazados recentemente para a imprensa, que "foram utilizados para desinformar o público", inclusive alguns que teriam sido falsificados.
"Estamos, portanto, surpresos que documentos como estes, cuja existência e autenticidade não foram verificadas, continuem sendo utilizados como base para criar novas acusações sem fundamento contra o 1MDB", acrescentou a companhia no comunicado.
O fundo de investimento disse que está colaborando com as investigações às quais está sendo submetido pelo banco central do país, pela polícia, por uma comissão parlamentar e pelo auditor-geral, que deve apresentar seu relatório no próximo dia 9.