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Prefeito é acusado de ordenar ataque a estudantes

O prefeito de Iguala, sul do México, que está foragido, é acusado de ordenar o ataque a tiros por parte da polícia municipal

Cartaz com as fotos dos 43 estudantes desaparecidos e anúncio de recompensas é visto em Cocula, estado de Guerrero, em 20 de outubro de 2014 (RONALDO SCHEMIDT/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2014 às 06h27.

México - A Procuradoria Geral mexicana acusou nesta quarta-feira o prefeito de Iguala (sul do país), que está foragido, de ter ordenado o ataque a tiros por parte da polícia municipal contra dezenas de estudantes na noite de 26 de setembro.

Pelo menos seis jovens foram mortos, e 43 estão desaparecidos.

"Foram solicitadas ordens de busca e apreensão contra o prefeito de Iguala (José Luis Abarca), sua mulher (María de los Ángeles Pineda) e seu secretário de Segurança Pública, na qualidade de prováveis responsáveis como autores intelectuais dos fatos acontecidos em Iguala", afirmou o procurador geral Jesús Murillo Karam, em entrevista coletiva na capital mexicana.

Esta é a primeira vez que a Procuradoria Geral aponta os supostos autores intelectuais desse crime que chocou o México e o mundo. Pelo menos 52 pessoas foram presas no âmbito dessa investigação.

Com base nos depoimentos dos detidos, o procurador afirmou que o prefeito José Luis Abarca deu a "ordem para enfrentar" os estudantes por medo de que sabotassem um evento público de sua mulher como diretora local de um órgão de Proteção à Infância.

A primeira-dama, María Pineda, é irmã de pelo menos três traficantes de drogas. Ela e o marido são ligados ao cartel local Guerreiros Unidos, acusado pela Procuradoria de envolvimento no sumiço dos estudantes.

Desde o desaparecimento desses jovens, nove fossas clandestinas foram encontradas em Iguala e nos arredores, com 30 corpos, informou o procurador.

A perícia declarou que 28 corpos não são dos estudantes, mas os resultados serão confirmados por legistas argentinos independentes. Os outros dois cadáveres continuam sendo analisados, acrescentou Murillo Karam.

Nesta quarta, manifestantes atearam fogo no prédio da prefeitura de Iguala durante um protesto pelo desaparecimento dos jovens.

Alguns dos milhares de professores e estudantes presentes no ato invadiram a prefeitura, que estava vazia, e puseram fogo no imóvel.

Situada no centro dessa cidade de 140 mil habitantes, a sede do Executivo de Iguala foi praticamente esvaziada na última quinta-feira, quando o Sindicato dos Professores de Guerrero e outras organizações sociais anunciaram que planejavam assumir o controle das 81 prefeituras da região.

Na Cidade do México, mais de 45 mil pessoas - carregando tochas e velas - protestaram na noite desta quarta-feira para exigir informações sobre o paradeiro dos 43 estudantes.

As gritos de "venceremos", a multidão partiu do emblemático monumento do Anjo da Independência em direção ao Zócalo, a principal praça da capital mexicana.

Familiares e amigos dos estudantes desaparecidos lideraram a passeata, que teve a participação de milhares de estudantes, professores, camponeses, ativistas e até crianças.

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México - A Procuradoria Geral mexicana acusou nesta quarta-feira o prefeito de Iguala (sul do país), que está foragido, de ter ordenado o ataque a tiros por parte da polícia municipal contra dezenas de estudantes na noite de 26 de setembro.

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"Foram solicitadas ordens de busca e apreensão contra o prefeito de Iguala (José Luis Abarca), sua mulher (María de los Ángeles Pineda) e seu secretário de Segurança Pública, na qualidade de prováveis responsáveis como autores intelectuais dos fatos acontecidos em Iguala", afirmou o procurador geral Jesús Murillo Karam, em entrevista coletiva na capital mexicana.

Esta é a primeira vez que a Procuradoria Geral aponta os supostos autores intelectuais desse crime que chocou o México e o mundo. Pelo menos 52 pessoas foram presas no âmbito dessa investigação.

Com base nos depoimentos dos detidos, o procurador afirmou que o prefeito José Luis Abarca deu a "ordem para enfrentar" os estudantes por medo de que sabotassem um evento público de sua mulher como diretora local de um órgão de Proteção à Infância.

A primeira-dama, María Pineda, é irmã de pelo menos três traficantes de drogas. Ela e o marido são ligados ao cartel local Guerreiros Unidos, acusado pela Procuradoria de envolvimento no sumiço dos estudantes.

Desde o desaparecimento desses jovens, nove fossas clandestinas foram encontradas em Iguala e nos arredores, com 30 corpos, informou o procurador.

A perícia declarou que 28 corpos não são dos estudantes, mas os resultados serão confirmados por legistas argentinos independentes. Os outros dois cadáveres continuam sendo analisados, acrescentou Murillo Karam.

Nesta quarta, manifestantes atearam fogo no prédio da prefeitura de Iguala durante um protesto pelo desaparecimento dos jovens.

Alguns dos milhares de professores e estudantes presentes no ato invadiram a prefeitura, que estava vazia, e puseram fogo no imóvel.

Situada no centro dessa cidade de 140 mil habitantes, a sede do Executivo de Iguala foi praticamente esvaziada na última quinta-feira, quando o Sindicato dos Professores de Guerrero e outras organizações sociais anunciaram que planejavam assumir o controle das 81 prefeituras da região.

Na Cidade do México, mais de 45 mil pessoas - carregando tochas e velas - protestaram na noite desta quarta-feira para exigir informações sobre o paradeiro dos 43 estudantes.

As gritos de "venceremos", a multidão partiu do emblemático monumento do Anjo da Independência em direção ao Zócalo, a principal praça da capital mexicana.

Familiares e amigos dos estudantes desaparecidos lideraram a passeata, que teve a participação de milhares de estudantes, professores, camponeses, ativistas e até crianças.

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