Prefeito bloqueia planos de brasileiro para arranha-céu em Londres
A construção estava sendo planejada para começar no ano que vem e terminar em 2025 e seria financiada pelo bilionário brasileiro Jacob Safra
Reuters
Publicado em 16 de julho de 2019 às 18h54.
Última atualização em 16 de julho de 2019 às 18h57.
Londres — O prefeito de Londres bloqueou os planos de construção de uma plataforma de observação de vidro 300 metros acima da capital britânica, que ficaria no topo de uma torre no formato de uma tulipa, dizendo que ela traria um benefício público limitado e prejudicaria a vista.
O edifício, projetado pelo escritório do arquiteto britânico Norman Foster, seria o segundo mais alto da Europa Ocidental, superado somente pelo vizinho "Shard", mas seu projeto não foi considerado bom o suficiente.
"O prefeito tem várias preocupações sérias com este requerimento e, tendo estudado-o detalhadamente, recusou a permissão para um esquema que acredita que resultaria em um benefício público muito limitado", disse o porta-voz de Sadiq Khan.
"Ele acredita em particular que o projeto é de qualidade insuficiente para uma localização tão proeminente, e que a torre prejudicaria o horizonte de Londres e impactaria a vista da vizinha Torre de Londres, um patrimônio da humanidade".
A construtora da equipe do Projeto Tulipa disse estar decepcionada com a decisão de Khan porque o edifício geraria benefícios econômicos.
O grupo não quis dizer se apresentará planos revisados para o local, dizendo que tomará algum tempo para analisar seus próximos passos.
Em abril, autoridades de zoneamento do distrito financeiro da cidade de Londres recomendaram que o arranha-céus "Tulipa", assim batizado porque o projeto mostra uma haste fina com um bulbo de vidro no topo, recebesse permissão de planejamento.
A estrutura, que seria financiada pelo bilionário brasileiro Jacob Safra, teria consistido de uma plataforma de observação de vidro, módulos rotatórios do lado de fora e um centro educativo. A construção estava sendo planejada para começar no ano que vem e terminar em 2025.
O Historic England, grupo defensor do patrimônio nacional e crítico de longa data do projeto, saudou a decisão, dizendo em um comunicado que o edifício é "essencialmente um poço de elevador comprido com uma saliência no topo" e acrescentando que a proposta teria causado um dano permanente e irreversível no horizonte de Londres.