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Potências ocidentais propõem nova resolução sobre ataque na Síria

Na semana passada, EUA, França e Reino Unido tinham apresentado um projeto de resolução que foi considerado "inaceitável" pela Rússia

Síria: projeto foi elaborado depois que seu texto original foi rejeitado pela Rússia (Ammar Abdullah/Reuters)
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EFE

Publicado em 11 de abril de 2017 às 14h33.

Nações Unidas - EUA, França e Reino Unido apresentaram ao Conselho de Segurança da ONU um novo projeto de resolução sobre o recente ataque químico na Síria , depois que seu texto original foi rejeitado pela Rússia, anunciou nesta terça-feira o representante britânico, Matthew Rycroft.

Segundo Rycroft, trata-se de uma minuta "revisada" que condena o uso de armas químicas e requer "plena cooperação" com a investigação internacional do fato.

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"Todos os membros do Conselho de Segurança deveriam apoiá-lo", apontou o embaixador britânico através do Twitter.

"Não podemos simplesmente nos render. Há muito em jogo", disse aos jornalistas o embaixador francês perante a ONU, François Delattre.

O representante francês defendeu a necessidade de fazer todo o possível para que o Conselho de Segurança aprove um texto que condene o ataque de 4 de abril em Khan Sheikhun e que demande uma investigação completa.

EUA, França e Reino Unido tinham apresentado na semana passada um projeto de resolução que foi considerado "inaceitável" pela Rússia, que apresentou sua própria proposta alternativa, que por sua vez foi rejeitada pelas potências ocidentais.

O Conselho de Segurança discutiu sem sucesso a questão durante horas na quinta-feira, justo antes de os Estados Unidos lançarem dezenas de mísseis contra uma base aérea síria em resposta ao uso de armas químicas em Khan Sheikhun, do qual a Casa Branca e seus aliados responsabilizam o regime de Bashar Al-Assad.

No dia seguinte, os 15 países se reuniram com urgência para analisar a ação americana, em uma sessão na qual EUA e Rússia cruzaram duras acusações.

O presidente russo, Vladimir Putin, insistiu hoje que qualquer decisão deve ser adotada somente depois de uma investigação e insistiu que Assad não esteve por trás do ataque da semana passada.

Segundo Putin, Moscou tem informação de que são preparadas novas "provocações" sobre ataques químicos na Síria para culpar o regime de Damasco.

A Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) já está investigando o ocorrido em Khan Sheikhun, onde morreram dezenas de pessoas em um aparente ataque químico.

O organismo com sede em Haia criou em 2014 uma missão de investigação na Síria em resposta às persistentes alegações de ataques químicos no país.

A OPAQ e o Conselho de Segurança da ONU aprovaram em 2015 a operação continuada da missão, que estabeleceu os fatos sobre as acusações de uso de armas químicas tóxicas em Síria e confirmou que estas efetivamente tinham sido usadas.

Essas descobertas servem de base para o trabalho do Mecanismo Conjunto de Investigação OPAQ-ONU (JIM, por suas siglas em inglês), um corpo independente estabelecido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em 2015 para identificar os responsáveis pela utilização de armas químicas.

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