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Potências ocidentais pressionam para fazer cessar combates no Iêmen

Ao menos 111 rebeldes, 32 combatentes pró-governo e sete civis morreram nas últimas 24 horas em confrontos que também atingiram bairros residenciais

Combates no Iêmen: (Mohamed al-Sayaghi/Reuters)
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AFP

Publicado em 12 de novembro de 2018 às 20h07.

Mais de 100 pessoas morreram nas últimas 24 horas em combates na cidade portuária de Hodeida, oeste do Iêmen , enquanto as potências ocidentais e a ONU aumentam a pressão sobre a Arábia Saudita para que a coalizão liderada por aquele país interrompa os ataques.

Ao menos 111 rebeldes, 32 combatentes pró-governo e sete civis morreram nas últimas 24 horas em confrontos que também atingiram bairros residenciais.

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Uma fonte militar admitiu que os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã , resistem ao avanço das forças governamentais, apoiadas pelos sauditas. Outra fonte da coalizão indicou que os huthis frearam uma ofensiva em direção ao porto. Aviões da coalizão bombardearam posições rebeldes.

Vários corpos carbonizados foram levados durante a noite para o hospital militar Al-Alfi, controlado pelos rebeldes desde 2014, informaram fontes do estabelecimento.

Questionado sobre a possibilidade de uma trégua, o porta-voz da coalizão contra os rebeldes,coronel saudita Turki Al Maliki, declarou que a operação prossegue e busca "aumentar a pressão" sobre os rebeldes para que sentem na mesa de negociação.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, advertiu para as consequências "catastróficas" de um adestruição do porto de Hodeida, ponto de entrada da maior parte das importações e ajuda humanitária ao Iêmen.

Os huthis começaram a transportar seus feridos para a capital Sanaa, que também está sob seu controle há quatro anos.

Hodeida, cidade iemenita às margens do Mar Vermelho, tem importância estratégica porque é o ponto de entrada de 75% das importações e da ajuda humanitária internacional que chega ao país em guerra.

A ofensiva contra Hodeida, respaldada militarmente por Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, começou em junho, mas ganhou força em novembro. De acordo com fontes militares e médicas, 460 rebeldes, 125 combatentes leais ao governo e sete civis morreram desde então.

A Arábia Saudita, muito criticada por seus repetidos erros nos bombardeios que deixaram centenas de vítimas civis desde 2015, está enfraquecida desde o caso Jamal Khashoggi, o jornalista assassinado em 2 de outubro no consulado saudita de Istambul.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, e o ministro britânico das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, afirmaram que chegou o momento de negociar o fim dos combates no Iêmen.

No domingo, durante uma conversa por telefone com o príncipe herdeiro saudita Mohamed Bin Salman, também ministro da Defesa, Pompeo pediu explicitamente "o fim das hostilidades" no Iêmen e que todas as partes negociem uma "solução pacífica do conflito".

O governo americano, pressionado pelo Congresso, confirmou que a coalizão saudita no Iêmen será responsável pelo reabastecimento em voo de seus aviões, o que até agora era feito pelas forças dos Estados Unidos.

Hunt citou o custo humano "incalculável" do conflito e defendeu a necessidade de uma solução "política".

O ministro britânico é favorável a uma nova ação do Conselho de Segurança para apoiar os esforços do mediador da ONU no Iêmen, Martin Griffiths, que deseja organizar uma nova rodada de negociações até o fim do ano

"Situação catastrófica"

Os huthis posicionaram franco-atiradores nos telhados e espalharam minas para conter o avanço da ofensiva. Ao mesmo tempo, os aviões e helicópteros da coalizão bombardeiam regularmente suas posições. O porto, na zona norte da cidade, permanece aberto e opera normalmente, de acordo com a direção.

Hervé Verhoosel, porta-voz do Programa Mundial de Alimentos (PMA), afirmou que até o momento os combates não afetaram as operações, incluindo as reservas de mais 50.000 toneladas de trigo. O Iêmen sofre a pior crise humanitária do mundo, de acordo com a ONU, com 14 milhões de pessoas à beira da fome.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, advertiu que a eventual destruição do porto "poderia provocar uma situação absolutamente catastrófica". "As hostilidades devem cessar e, no momento, a coalizão parece determinada a conquistar Hodeida", lamentou Guterres em uma entrevista a uma rádio francesa.

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