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Posição dos EUA sobre a Síria tranquiliza aliados de Washington

O secretário de Estado Rex Tillerson deu apoio, nesta sexta-feira, às negociações de paz mediadas pela ONU no conflito

Rex Tillerson: após a reunião, Berlim e Paris expressaram alívio (Kevin Lamarque/Reuters)
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AFP

Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 12h29.

Os aliados de Washington, na expectativa para entender o rumo diplomático da nova administração americana, mostraram-se aliviados nesta sexta-feira a respeito do conflito na Síria , depois que o secretário de Estado Rex Tillerson deu apoio às negociações de paz mediadas pela ONU.

À margem do G20 que acontece em Bonn, Alemanha, ocorreu o primeiro encontro do grupo de "afins" (uma dezena de países ocidentais e árabes, assim como a Turquia) à rebelião desde que o presidente Trump tomou posse há quase um mês.

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Após a reunião, Berlim e Paris expressaram alívio.

"Ficou claro que queremos em todos os casos uma solução política no marco da ONU", afirmou o chefe da diplomacia alemã, Sigmar Gabriel.

"É importante e necessário que aconteça um diálogo estreito com os Estados Unidos sobre a questão síria. Comprovamos esta manhã que estamos todos de acordo", afirmou o ministro francês Jean-Marc Ayrault.

As negociações anteriores em Genebra em 2016 fracassaram pela violência na Síria e o grande abismo entre entre os beligerantes sobre a transição política e o destino do presidente Bashar al-Assad.

Este último reiterou na quinta-feira que considera todos os grupos armados da oposição como "terroristas".

"Nós pedimos a (Moscou), padrinho do regime, que o pressione para que deixe de considerar como terrorista toda a oposição, porque, em caso contrário, em Genebra não acontecerá discussão", advertiu Ayrault.

De acordo com uma fonte ocidental, Tillerson foi muito claro sobre a necessidade de enviar uma mensagem aos russos: "Nos explicou que não haveria cooperação militar com os russos enquanto não se distanciarem da posição de Damasco sobre a oposição".

Do lado europeu, a pressão sobre Moscou acontecerá por meio da reconstrução, indicou Ayrault.

"Nós afirmamos que, enquanto seguir o regime atual, nem falamos sobre financiar a reconstrução do país", destacou.

Rex Tillerson, estrela involuntária da reunião do G20, foi sondado sobre a postura americana a respeito da Rússia, Irã, Oriente Médio ou o comércio mundial, temas sobre os quais a administração Trump tem enviado mensagens ambíguas e contraditórias.

A respeito da nova relação com Moscou, Tillerson citou uma vontade de aproximação atenuada, aceitando a cooperação mas com condições, e pedindo à Rússia que respeito os acordos de paz na Ucrânia, o que envia sinais tranquilizadores aos sócios.

Além disso, o secretário de Estado americano Rex Tillerson e seu colega chinês, Wang Yi, se reuniram nesta sexta-feira, no primeiro encontro de alto nível desde a eleição do presidente Donald Trump.

A presença do ministro chinês no G20 e, mais ainda, o encontro com seu colega americano, pareciam pouco prováveis pela tensão entre Pequim e Washington, mas as divergências foram superadas. Wang e Tillerson se reuniram para discutir sobre temas que provocam fricção entre as potências, como Taiwan, as contestadas ilhas no Mar da China Meridional, o comércio e a Coreia do Norte.

Tillerson pediu que a China atue "por todos os meios" para "moderar" a Coreia do Norte, depois de um novo lançamento de míssil, indicou um de seus porta-vozes.

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