Mundo

Pós-Davos, diplomatas tentam reformar OMC

Chanceler brasileiro tenta liderar reformas multilaterais na organização mundial do comércio

Roberto Azêvedo, diretor-geral da OMC: um longo processo de reforma à frente (Arnd Wiegmann/Reuters)

Roberto Azêvedo, diretor-geral da OMC: um longo processo de reforma à frente (Arnd Wiegmann/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de janeiro de 2019 às 06h09.

Última atualização em 25 de janeiro de 2019 às 06h36.

Assim como era previsto, a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) foi um dos assuntos quentes do Fórum Econômico Mundial. Mas é no pós-fórum, nesta sexta-feira, que a reforma pode ganhar corpo. 

Apesar da crise na vizinha Venezuela, o Ministro das Relações exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, segue na Suíça para falar sobre o tema. A expectativa é que os líderes dos países com mais peso no órgão, como Estados Unidos, China e União Europeia (UE), possam discutir os próximos passos para a reforma da organização com seu presidente, o brasileiro Roberto Azevêdo. 

“É um sistema importante, que precisa responder aos desafios do mundo moderno e, para fazer isso a contento, tem que ser melhorado, aprimorado”, afirmou Azevêdo ao O Estado de S. Paulo. Segundo ele, a reforma vai exigir medidas de curto, médio e longo prazos.

Para entender o porquê da reforma ter ganhado um caráter tão urgente, é preciso retornar a meados de 2018, quando países membros da OMC pediram uma investigação acerca das barreiras comerciais protecionistas criadas por Donald Trump.

 

Em março do último ano, o presidente norte-americano impôs uma taxação de 25% em todo o aço importado pelos Estados Unidos – além de 10% para o alumínio. Naquele momento, temendo o início de uma guerra comercial em escala mundial, bolsas de todo o mundo começaram a cair. Em resposta aos críticos de sua medida, Trump declarou pelo Twitter que “quando um país [EUA] está perdendo bilhões no comércio com virtualmente todos os países com os quais transaciona, guerras comerciais são boas e fáceis de ganhar”

A partir daí, China e Estados Unidos passaram a trocar sanções. Em novembro de 2018, a OMC se pronunciou sobre as sanções norte-americanas. Juntos, China, Canadá, México, Turquia, Noruega, Rússia e a UE pediram uma investigação internacional sobre a validade legal do protecionismo adotado por Trump, que segundo ele, serve para garantir a “segurança nacional” dos EUA.

Com a abertura do processo, Trump voltou a mostrar seu lado mais histérico, dizendo que, caso uma reforma não seja feita na OMC, os Estados Unidos não irão hesitar em deixar o órgão. Dado que uma eventual retirada dos EUA da OMC pode significar a ruína da organização, diplomatas de diversos países estão indo atrás da reforma defendida por Trump.

O Brasil, que também foi afetado por uma taxação nas exportações de aço para a UE,  agora é voz ativa na reforma defendida por Trump. Do outro lado da mesa estará outro brasileiro. 

Acompanhe tudo sobre:ChinaErnesto AraújoEstados Unidos (EUA)Exame HojeOMC – Organização Mundial do ComércioUnião Europeia

Mais de Mundo

O que é o Projeto Manhattan, citado por Trump ao anunciar Musk

Donald Trump anuncia Elon Musk para chefiar novo Departamento de Eficiência

Trump nomeia apresentador da Fox News como secretário de defesa

Milei conversa com Trump pela 1ª vez após eleição nos EUA