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Poroshenko abre portas para prorrogação da trégua

Cessar-fogo, prorrogado há três dias por Poroshenko, expira às 22h (locais, 16h de Brasília)


	Petro Poroshenko: prorrogação da trégua entre o governo de Kiev e os rebeldes pró-russos depende do presidente ucraniano
 (Patrick Hertzog/AFP)

Petro Poroshenko: prorrogação da trégua entre o governo de Kiev e os rebeldes pró-russos depende do presidente ucraniano (Patrick Hertzog/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2014 às 16h24.

Kiev - A prorrogação da trégua entre o governo de Kiev e os rebeldes pró-russos do leste da Ucrânia só precisa da confirmação do presidente ucraniano, Petro Poroshenko, que alcançou nesta segunda-feira importantes avanços para o plano de paz.

O cessar-fogo, prorrogado há três dias por Poroshenko, expira às 22h (locais, 16h de Brasília) em um clima de divisão na sociedade e no próprio entorno do presidente sobre a conveniência de dialogar com os separatistas.

As agulhas do relógio que marca o tempo de trégua pode ser novamente atrasada graças ao esforço da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, François Hollande, dois dos líderes europeus com mais ascendência sobre Poroshenko, submetido a uma grande pressão em seu próprio país pelas mortes de soldados ucranianos.

O presidente russo, Vladimir Putin, teve que fazer concessões, pelo menos aparentemente, após ser ameaçado com novas e duras sanções econômicas à Rússia pela União Europeia se não passasse a contribuir para diminuir a tensão na Ucrânia.

Em uma nova conversa telefônica entre os líderes de Alemanha e França com Putin e Poroshenko serviu para coloca-los de acordo em alguns dos assuntos que mais preocupam Kiev e Moscou.

Assim, Poroshenko aceitou participar de uma terceira rodada de consultas entre representantes de seu governo e dos separatistas, enquanto Putin, que insistiu na necessidade de prorrogar a trégua, ofereceu a cooperação da Rússia na vigilância dos trechos da fronteira russo-ucraniana controlada pelos rebeldes.

O líder russo ainda mostrou disposição de Moscou de permitir que os guardas fronteiriços da Ucrânia participem do lado russo e na qualidade de observadores na vigilância dos lances da fronteira comum controlados, no lado ucraniano, pelos pró-russos.

A condição de Putin é que o cessar-fogo seja mantido nas regiões orientais de Donetsk e Lugansk e que observadores da OSCE também façam parte da vigilância.

A Rússia quer acabar com as dúvidas da Ucrânia e da comunidade internacional sobre sua participação na sublevação pró-russa que explodiu no leste da Ucrânia há mais de dois meses.

As autoridades ucranianas insistem que a Rússia permite que os separatistas pró-russos recebam tanto armas como reforços através de pontos na fronteira russo-ucraniana cujo controle foi tomado dos guarda-fronteiras ucranianos.

Poroshenko deve anunciar sua decisão sobre o cessar-fogo depois de uma reunião do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, que acontece esta noite em Kiev.

O presidente ucraniano, que reconheceu uma discordância sobre este assunto entre os "falcões" e as "pombas" de seu entorno, também está submetido à pressão do Maidan (praça), como ficou conhecido o movimento popular de massas que derrubou o presidente Viktor Yanukovich em 22 de fevereiro.

Milhares de pessoas se reuniram ontem na Praça da Independência de Kiev - epicentro da sublevação popular que derrubou o governo em fevereiro - para exigir o fim do cessar-fogo e o relançamento das operações militares no leste.

O Ministério das Relações Exteriores ucraniano informou hoje da morte de 27 soldados desde o início do cessar-fogo, há dez dias.

Hoje mesmo um militar ucraniano morreu e outros oito ficaram feridos em vários ataques dos milicianos pró-russos às posições do exército em Donetsk e Lugansk, segundo o Conselho de Segurança Nacional e Defesa.

As forças militares que participam da operação lançada para recuperar o controle das regiões rebeldes acusam os insurgentes de violar sistematicamente a trégua e matar a população civil.

Os milicianos fazem as mesmas acusações contra o exército e a Guarda Nacional da Ucrânia, e os responsabilizam de disparar contra áreas residenciais de Slaviansk, símbolo e bastião da sublevação contra Kiev.

Enquanto segue o teórico cessar-fogo, os dois grupos tratam de garantir e melhorar suas posições no terreno.

Os rebeldes tomaram uma base da defesa antiaérea do exercito ucraniano na cidade de Donetsk, onde há um sistema móvel de lança-mísseis terra-ar "Buk", capaz de derrubar todo tipo de aeronaves, mas que segundo Kiev está estragado.

Além disso, o conflito armado matou mais um jornalista, o cinegrafista do Canal Um da televisão russa Anatoli Klian, baleado no abdômen quando gravava perto de um quartel do exército na cidade de Donetsk.

Klian, de 68 anos, acompanhava um grupo de mães que chegaram à unidade para pedir aos oficiais que deixassem seus filhos deixarem o quartel.

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