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Polícia venezuelana dispersa marcha e impede acesso ao parlamento

O presidente da Assembleia afirmou na marcha que o governo tenta impedir que a maioria dos deputados chegue à capital para participar da sessão

Manifestantes contra o governo entram em conflito com a polícia: "A resposta foi a mesma: gás pimenta na nossa cara" (Marco Bello/Reuters)

Manifestantes contra o governo entram em conflito com a polícia: "A resposta foi a mesma: gás pimenta na nossa cara" (Marco Bello/Reuters)

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EFE

Publicado em 4 de abril de 2017 às 17h45.

Caracas - A Guarda Nacional Bolivariana da Venezuela (GNB, polícia militar) dispersou nesta terça-feira com gás lacrimogêneo e balas de borracha uma manifestação de dezenas de opositores que tentavam marchar rumo ao parlamento em apoio à destituição dos magistrados do Tribunal Supremo, segundo constatou a Agência Efe.

O presidente da Assembleia Nacional (AN, parlamento), Julio Borges, afirmou aos jornalistas na marcha que o governo tenta impedir que a maioria dos deputados chegue à capital para participar da sessão parlamentar de hoje.

Também acusou o governo do presidente Nicolás Maduro de tentar impedir com "repressão" que a AN realize a sessão contra os magistrados do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que, segundo sua opinião, deram um "golpe de Estado" ao afastar a câmara de suas funções em uma sentença, da qual depois suprimiu alguns pontos.

"Aqui, na avenida Libertador (leste de Caracas), acabam de nos jogar gás pimenta, estamos saindo agora, mas a ideia é voltar a insistir para passar", ressaltou o chefe da câmara.

A Efe constatou que a Polícia Nacional Bolivariana (PNB) borrifou gás pimenta nos deputados que se encontravam no local, assim como no duas vezes candidato à presidência da Venezuela, Henrique Capriles; na dirigente opositora María Corina Machado, e em Lilian Tintori, esposa do opositor preso Leopoldo López, entre outros.

O parlamentar Miguel Pizarro criticou que as autoridades sigam "reprimindo e perseguindo as pessoas" e afirmou que ele, em companhia de outros deputados, tentou "mediar" e "falar" com os funcionários, mas que não tiveram respostas positivas por parte da polícia.

"A resposta foi a mesma: gás pimenta na nossa cara", relatou.

Segundo Pizarro, os funcionários dizem que têm "ordens superiores" de não deixar passar ninguém, razão pela qual pediu "resistência" aos manifestantes.

Embora as autoridades não tenham deixado os opositores chegar ao centro da cidade, onde se encontra o Palácio Federal Legislativo, estes se espalharam em várias direções e asseguram que buscarão todas as vias para chegar a seu destino.

Na semana passada, o Supremo venezuelano emitiu sentenças nas quais assumia as funções da Assembleia - de maioria opositora -, que limitavam a imunidade parlamentar e, além disso, afastavam o ente legislador de suas funções.

Embora o Supremo tenha suprimido alguns pontos destas sentenças, a oposição qualificou suas ações como "golpe de Estado", assegurou que não podem ser "corrigidas" e anunciou que realizaria uma sessão nesta terça-feira para destituir os magistrados que emitiram estas decisões.

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