Mundo

Polícia tailandesa detém uma pessoa por atentados da semana

Foram localizados também três telefones celulares usados no ataque

Explosões: (Thailand.Dailynews/Reuters)

Explosões: (Thailand.Dailynews/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2016 às 09h32.

Bangcoc.- A Polícia da Tailândia deteve um suspeito, interroga seis ativistas e localizou três telefones celulares neste domingo possivelmente usados na série de atentados que matou quatro pessoas e feriu 35 entre quinta-feira e sexta-feira da última semana.

A versão oficial sobre as 14 bombas que explodiram em seis províncias e outras cinco que foram neutralizadas reforçou as motivações políticas. Milhares comentários se espalham nas redes sociais neste fim de semana acusando o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra e seu partido político, o Puea Thai.

O primeiro-ministro e chefe da junta militar que governa o país desde 2014, o general Prayuth Chan-ocha, abriu a porta a esta possibilidade quando acusou na sexta-feira "gente má" com interesses políticos, apontando Thaksin Shinawatra sem citar seu nome. Thaksin, que governou a Tailândia de 2001 a 2006, é o "inimigo número um" das autoridades atualmente.

O advogado Noppadon Pattama, que defende Thaksin, foi ministro das Relações Exteriores em um de seus governos e atua habitualmente como seu porta-voz na Tailândia, criticou as acusações nas redes sociais.

"Muitas pessoas estão enviando mensagens através das redes sociais acusando Thaksin Shinawatra de estar por trás destes eventos. Isto é uma calúnia e uma difamação", declarou à imprensa Noppadon, segundo o jornal "Bangcoc Post".

A mesma posição do advogado manteve a tailandesa Thida Thavorn Saet Jittrakarn, ex-presidente da Frente Unida pela Democracia e contra a Ditadura, uma plataforma que apoia Thaksin. Para a ativista, a junta de Prayut ficaria com a imagem prejudicada.

A hipótese das motivações políticas é reforçada pelo fato de que os explosivos usados estavam embalados igualmente a outros utilizados em ações antigovernamentais no passado. Uma bomba deste tipo matou 20 pessoas e feriu 125 no Templo Erawan, em Bangcoc, em 17 de agosto de 2015.

Outro argumento a favor da hipótese é que os tailandeses aprovaram em referendo, no último dia 7, a Constituição proposta por Prayut e que os principais partidos políticos do país, entre eles o de Thaksin, tinham rejeitado.

A série de atentados de 11 e 12 de agosto começou com a explosão de um artefato em um mercado da cidade de Trang (sul), que matou uma pessoa e feriu sete. Algumas horas depois, duas bombas explodiram com 20 minutos de diferença na cidade portuária de Hua Hin, um destino turístico situado a 150 quilômetros de Bangcoc.

Os atentados, - 14 bombas explodiram ao todo -, se prolongaram até a manhã de sexta-feira e deixaram quatro mortos, todos eles tailandeses, e 35 feridos, dez deles estrangeiros.

Os ataques atingiram as províncias de Phang Nga, Surat Thani, Chumphon, Trang, Phuket e Prachuap Khiri Khan, à qual pertence Hua Hin, todas elas partidárias da Constituição aprovada, segundo apontam as autoridades. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaAtaques terroristasTailândiaTerrorismoTerroristas

Mais de Mundo

Biden recebe Netanyahu para promover cessar-fogo em Gaza

Patrulha aérea conjunta de Rússia e China deixa EUA em alerta

Venezuela: campanha eleitoral termina hoje, com Maduro falando em "banho de sangue"

PIB dos EUA acelera e taxa anualizada vai a 2,8% no 2º trimestre

Mais na Exame