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Polícia investiga suposto ataque em Berlim que deixou 9 mortos

"Examinamos a pista de um atentado terrorista, mas ainda não sabemos as motivações desse ato", disse um porta-voz policial

Berlim: por enquanto, a Polícia descarta novas ameaças para a população (Pawel Kopczynski/Reuters)

Berlim: por enquanto, a Polícia descarta novas ameaças para a população (Pawel Kopczynski/Reuters)

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AFP

Publicado em 19 de dezembro de 2016 às 21h10.

Um caminhão lançado contra uma multidão em uma feira de Natal no centro de Berlim, nesta segunda-feira à noite (19), deixou pelo menos nove mortos e 50 feridos - informou a Polícia, que se inclina para a hipótese de atentado e acredita ter detido o suposto autor.

Por suas circunstâncias, esse evento remete ao atentado de 14 de julho de 2016, em Nice, na França, quando um caminhão atropelou várias pessoas no Passeio dos Ingleses, no dia da festa nacional do país.

"Uma pessoa, que é claramente o motorista, foi detida. Um passageiro morreu", disse a Polícia à AFP, citando um boletim provisório de "ao menos nove mortos" e "pelo menos 50 feridos, quatro em estado grave".

"Examinamos a pista de um atentado terrorista, mas ainda não sabemos as motivações desse ato", disse um outro porta-voz policial.

A Polícia também pediu à população que "fique em casa", como medida de precaução.

De acordo com diferentes veículos da imprensa alemã, o motorista do caminhão, cuja placa é da Polônia, conseguiu fugir.

O proprietário da empresa dona do caminhão confirmou o desaparecimento do polonês.

"Não temos contato com ele desde esta tarde. Não sei o que aconteceu com ele. É meu primo. Eu o conheço desde a infância. Eu respondo por ele", declarou Ariel Zurawski por telefone à AFP.

Por enquanto, a Polícia descarta novas ameaças para a população.

"Não há atualmente indícios de outras situações perigosas" no centro de Berlim oeste, tuitou a Polícia.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse estar "em luto" pelos mortos.

"Estamos em luto e esperamos que os muitos feridos recebam a ajuda necessária", disse o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, em sua conta no Twitter, em alusão às "terríveis notícias" vindas de Berlim.

Imagens do jornal local Berliner Morgenpost publicadas on-line mostram várias barracas da feira de Natal destruídas pelo caminhão.

As forças da ordem estabeleceram um perímetro de segurança e bloquearam o acesso.

Em nota divulgada pelo Palácio Eliseu, o presidente francês, François Hollande, declarou que "os franceses compartilham o luto dos alemães frente a essa tragédia que atinge toda a Europa".

O chefe de Estado francês manifestou "sua solidariedade e sua compaixão à chanceler (alemã, Angela) Merkel, ao povo alemão e às famílias".

O Ministério francês do Interior anunciou que a segurança foi "imediatamente reforçada" nas feiras de Natal no país.

Os americanos também reagiram, condenando suposto "ataque terrorista".

Alta tensão

O mercado natalino atingido pelo caminhão, que partiu para cima de transeuntes e rolou sobre a calçada, fica no centro da capital, a dois passos da Gedächtniskirche - a Igreja da Lembrança, uma das principais atrações turísticas berlinenses - e de uma movimentada avenida de comércio, a Kurfürstendamm.

No local, um turista entrevistado pela AFP disse não saber se o motorista "estava bêbado", ou se ele lançou o caminhão de forma deliberada, "mas ele não procurou parar, ele simplesmente continuou".

O clima era de alta tensão agora à noite, com um forte dispositivo policial mobilizado em todo o bairro.

Ambulâncias, veículos da Cruz Vermelha, dos bombeiros, entre outros, continuavam a chegar ao local pouco antes das 22h locais (19h, horário de Brasília).

Em julho passado, em Nice, um tunisiano investiu seu caminhão contra uma multidão no Passeio dos Ingleses. Esse atentado deixou 86 mortos e mais de 400 feridos e foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI). O agressor foi morto pela Polícia.

Até agora, a Alemanha havia sido poupada do ataques extremistas de ampla envergadura, mas vários atentados islâmicos foram cometidos, recentemente, por "lobos solitários".

Em julho, o EI assumiu a autoria de um atentado cometido por um sírio de 27 anos, que deixou 15 feridos, e de um ataque lançado por um demandante de asilo, provavelmente de origem afegã, de 17 anos, que deixou cinco feridos.

Em outubro, um sírio se suicidou na prisão após ser detido. Segundo os investigadores, ele se preparava para lançar um ataque contra um aeroporto de Berlim.

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