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Polícia alemã investiga envenenamento de exiladas russas após conferência

A investigação está sendo conduzida por uma unidade policial que lida com crimes de motivação política

 (iStock/Getty Images)

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Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 22 de maio de 2023 às 07h49.

A polícia alemã está investigando relatos de que pelo menos duas exiladas russas adoeceram na época em que participavam de uma conferência em Berlim no mês passado ligada a uma figura da oposição russa.

A polícia de Berlim confirmou sua investigação em um e-mail respondendo a uma consulta da Associated Press, mas não deu detalhes. A investigação está sendo conduzida por uma unidade policial que lida com crimes de motivação política.

O meio de comunicação russo Agentstvo informou que participantes de uma conferência de 29 a 30 de abril organizada pelo opositor russo Mikhail Khodorkovsky tiveram problemas de saúde na época ou após o evento.

Natalia Arno, chefe da Free Russia Foundation, com sede nos EUA, afirmou em um post no Facebook na semana passada que acordou de madrugada com dor aguda e sintomas estranhos durante uma viagem a duas cidades europeias antes de retornar aos Estados Unidos. Existem suspeitas de que Arno foi envenenada.

Em um segundo caso, o Agentstvo informou que uma jornalista não identificada pode ter desenvolvido sintomas antes da reunião organizada por Khodorkovsky. Ela foi levada para o hospital Charité, na capital alemã.

Comunicado

A Free Russia Foundation emitiu um comunicado em que afirma que a presidente da organização adoeceu em uma viagem recente ao exterior.

“A saúde e a segurança de nossos funcionários e beneficiários são nossa principal preocupação. A Free Russia Foundation continua seu trabalho por uma Rússia livre, democrática, pacífica e próspera e reintegrada na comunidade internacional”, afirma a organização.

O jornal alemão Welt am Sonntag noticiou pela primeira vez a investigação da polícia alemã.

Alexei Navalni

Já o líder da oposição na Rússia, Alexei Navalni, está preso no país desde 2021. Navalni cumpre uma pena de 11 anos e meio por crimes relacionados à fraude e desacato ao tribunal. Diversas entidades de direitos humanos apontam que as acusações foram inventadas para silenciar o russo.

Em agosto de 2020, o ativista passou mal em um voo da Sibéria para Moscou e foi transferido para a Alemanha para receber tratamentos.

De acordo com análises de sangue e urina colhidas pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), foram identificados biomarcadores com “características estruturais similares às dos químicos tóxicos pertencentes” ao grupo Novichok, um agente nervoso desenvolvido na antiga União Soviética. Segundo os assessores, ele teria sido envenenado ao beber água em um hotel.

No dia 14 de abril deste ano, a porta-voz de Navalni, Kira Yarmysh apontou que o político estava lutando contra uma doença misteriosa na prisão e que ele poderia estar ingerindo um veneno de ação lenta.

No mesmo dia, o jornal The Guardian noticiou que o opositor estava em estado grave e uma ambulância havia sido chamada para socorrê-lo na colônia penal IK-6 de segurança máxima em Melekhovo, cerca de 250 quilômetros a leste de Moscou, onde ele está detido.

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