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PMDB já tem favoritos a ministérios e alvos a serem derrubados

Um dos nomes mais fortes para ser apresentado à Dilma é o do senador Edison Lobão (MA), para voltar a ocupar o Ministério de Minas e Energia

Alguns caciques do partido dizem não dar suporte à permanência de Nelson Jobim na Defesa ou em outro cargo (Wilson Dias/Agência Brasil)

Alguns caciques do partido dizem não dar suporte à permanência de Nelson Jobim na Defesa ou em outro cargo (Wilson Dias/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2010 às 16h13.

Brasília - O PMDB já tem uma lista com alguns nomes que pretende emplacar no ministério da presidente eleita Dilma Rousseff, e também uma relação de peemedebistas que deverão perder o apoio da legenda para permanecer na Esplanada dos Ministérios.

Dois senadores do partido disseram à Reuters, sob a condição de anonimato, que um dos nomes mais fortes para ser apresentado à Dilma é o do senador Edison Lobão (MA), para voltar a ocupar o Ministério de Minas e Energia.

O ex-governador do Amazonas e senador eleito Eduardo Braga (PMDB-AM) também integra a lista de ministeriáveis do partido, assim como o ex-governador do Rio de Janeiro Moreira Franco, também cotado para a presidência da Caixa Econômica Federal.

Para voltar ao comando do Ministério de Minas e Energia, Lobão tem a seu favor o fato de que, na sua passagem anterior pela pasta, acabou se aproximando de Dilma.

Os dois trabalharam juntos na elaboração do marco regulatório do pré-sal quando Dilma estava na Casa Civil e o desempenho de Lobão foi bem avaliado pela presidente eleita. Além disso, a opção por Lobão contempla o grupo político do presidente do Senado, José Sarney, que controla politicamente o ministério e o sistema Eletrobrás.

Já a possível indicação do nome do senador eleito Eduardo Braga envolve disputa com outro partido da base, o PR. Nos bastidores, há pressões para que ele se torne ministro dos Transportes, mas a pasta é controlada pelo PR desde o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nas conversas que tiveram nesta semana com o presidente do PT, José Eduardo Dutra, os líderes do PR deixaram claro que não querem abrir mão do controle da pasta --que, somente na área de rodovias, tem estimativa de investimentos de 48,4 bilhões de reais entre 2011 e 2014, segundo previsões do chamado PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento 2).

Mas, segundo um cacique do PMDB, a movimentação em torno da indicação de Braga para os Transportes estaria mais relacionada à disputa regional, no Amazonas, entre o ex-governador e o também senador Alfredo Nascimento (PR-AM). Presidente do PR, Nascimento ocupou o Ministério dos Transportes duas vezes nos governos Lula. 

Segundo as fontes do PMDB, Braga teria interesse em ser ministro dos Transportes, "mas já ficaria feliz se o Alfredo Nascimento não for para lá".

Depois de ter participado do governo Lula em seus dois mandatos com vários ministros, mesmo sem ter disputado as eleições como aliado formal, o PMDB entra pela porta da frente no novo governo. Não só fez parte da coligação eleitoral como colocou como candidato a vice de Dilma o presidente da legenda, deputado Michel Temer.

Jogando contra

Se o PMDB tem uma lista de favoritos, também tem a dos alvos prioritários para serem derrubados do primeiro escalão. Três caciques peemedebistas --dois senadores e um deputado-- disseram que o partido não deverá dar suporte à permanência de Nelson Jobim no Ministério da Defesa ou em outro cargo na Esplanada dos Ministérios.

A avaliação dentro do partido é a de que Jobim não se empenhou na campanha de Dilma. "Ele não participou de nada", disse um senador peemedebista. Jobim é amigo pessoal do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), adversário derrotado por Dilma na eleição presidencial.

Outra crítica a Jobim feita por seus colegas de partido é a de que ele participaria pouco da "vida partidária". A mesma crítica, aliás, é feita ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que também não deverá ter suporte para continuar no governo.

Além disso, os dois não fazem exatamente parte da cota do partido. Jobim foi uma escolha de Lula no auge do chamado caos aéreo, e Temporão é uma indicação direta do governador do Rio, Sérgio Cabral.

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