Mundo

Planalto promove Dilma em kit por voto em mulheres

Brasília - O governo federal produziu e distribuiu 215 mil cartilhas, 20 mil cartazes e 3 mil livros defendendo o voto nas mulheres. Também foi incluído no material um discurso de seis páginas da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. O kit foi enviado em caixas de papelão pela Secretaria de Políticas para as […]

dilma-questao-social-jpg.jpg (.)

dilma-questao-social-jpg.jpg (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Brasília - O governo federal produziu e distribuiu 215 mil cartilhas, 20 mil cartazes e 3 mil livros defendendo o voto nas mulheres. Também foi incluído no material um discurso de seis páginas da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. O kit foi enviado em caixas de papelão pela Secretaria de Políticas para as Mulheres - órgão vinculado à Presidência da República - a partidos políticos, deputados, senadores e demais candidatos nos Estados. O custo de impressão das cartilhas, dos livros e dos cartazes foi de ao menos R$ 72 mil - o dinheiro saiu de um convênio entre o governo e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Apesar de ter sido elaborado em 2008 e 2009, o material só foi impresso em maio. A distribuição, por parte do governo, começou no mês passado, pouco antes do início oficial da campanha eleitoral. A capa da cartilha, intitulada Mais Mulheres no Poder Plataforma 2010, traz a imagem de um botão verde com a expressão "confirma" - similar a uma urna eletrônica - e a frase "eu assumo este compromisso". Ontem, a Secretaria para as Mulheres distribuiu a publicação em Brasília numa conferência sobre a mulher na América Latina.

Já o livro intitulado "Mais Mulher no Poder: uma Questão da Democracia & Pesquisa Mulheres na Política" informa ser a Presidência da República a responsável pela obra e a secretaria pela "elaboração, distribuição e informações". Em carta assinada no dia 18 de junho e enviada ao Congresso, Sônia Malheiros Miguel, subsecretária de Articulação Institucional e Ações Temáticas, relata aos parlamentares detalhes sobre o livro e a cartilha. Ela avisou que, se for necessário, o governo poderá enviar mais exemplares.

Oposição
As caixas enviadas pelo governo ao Congresso pegaram os parlamentares da oposição de surpresa. O conteúdo do material chamou a atenção por defender o voto nas mulheres com um discurso de Dilma Rousseff dentro de um livro. A Procuradora Especial da Mulher na Câmara dos Deputados, a deputada Solange Amaral (DEM-RJ), que preside o DEM Mulher, considerou a publicação um "escândalo". A irritação do DEM deu-se também porque a cartilha cita o nome do partido entre as legendas que, alega o governo, aprovaram o seu conteúdo em 2008, num fórum nacional sobre os direitos da mulher. "O DEM nunca faria uma cartilha com essa cara, com a cara da Dilma."

Secretaria de Políticas para Mulheres argumenta que, por problemas "burocráticos" na liberação do dinheiro, o material que pede votos para as mulheres - incluindo um discurso de Dilma - ficou pronto só no mês de maio. Gerente da pasta, Elisabeth Saar nega qualquer intuito de campanha em favor da petista. "De jeito nenhum. Não tem nada a ver com campanha. Só agora tivemos dinheiro para imprimir", disse.

"A secretaria é uma facilitadora. A plataforma (conteúdo da cartilha) foi aprovada por um fórum em 2008 que reúne vários partidos. Nós então centralizamos e divulgamos o material para todos os partidos que o pediram, além de deputados, senadores e outros candidatos", disse. Saar alega que o discurso de Dilma foi incluído no livro por ela ter sido palestrante de um seminário realizado no ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffEleiçõesEleições 2010Partidos políticosPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia