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Pista islamita é absurda, diz partidário de opositor russo

Uma das hipóteses levantadas pelos investigadores é que o ex-primeiro-ministro foi assassinado por seu apoio à revista satírica francesa Charlie Hebdo

O ativista Ilya Yashin deposita flores no túmulo de Nemtsov: ativista indicou que Nemtsov nunca expressou qualquer palavra negativa sobre o Islã e apenas criticou o ataque jihadista à revista Charlie Hebdo (Kirill Zykov/AFP)
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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2015 às 14h31.

Moscou - Um amigo e partidário do opositor russo Boris Nemtsov chamou de "absurda" a hipótese de que o assassinato teria sido cometido por islamitas radicais.

Uma das hipóteses levantadas pelos investigadores é que o ex-primeiro-ministro foi assassinado por seu apoio à revista satírica francesa Charlie Hebdo, que publicou polêmicas caricaturas do profeta Maomé.

Esta teoria começou a ganhar força no final de semana, após um checheno confessar seu envolvimento no assassinato. A região instável do Cáucaso, de maioria muçulmana, foi o palco em janeiro de uma das maiores manifestações contra a publicação da caricatura de Maomé.

"A versão oficial dos investigadores é muito absurda. Na minha opinião, é o resultado de uma ordem política do Kremlin", disse à AFP Ilya Yashin, co-fundador do movimento Solidarnost, criado após a morte de Nemtsov.

O ativista indicou que Nemtsov nunca expressou qualquer palavra negativa sobre o Islã e apenas criticou o ataque jihadista à revista Charlie Hebdo em janeiro, em Paris, no qual 12 pessoas morreram.

No domingo, Zaur Dadayev, um ex-vice-comandante das forças especiais da Chechênia, foi acusado junto a um funcionário de uma empresa de segurança privada, Anzor Gubashev, pelo assassinato do líder da oposição, e estão sendo processados ​​por agirem como assassinos de aluguel.

O líder checheno Ramzan Kadyrov declarou estar chocado com as prisões e chamou Dadayev de um dos "soldados mais valiosos de seu regimento", referindo-se a ele como alguém "profundamente religioso" e que, como muitos muçulmanos, ficou chocado com o conteúdo da publicação Charlie Hebdo.

"Nosso maior temor se concretizou: o autor dos disparos foi preso, mas o cérebro continua livre", disse Yashin.

O assassinato de Nemtsov em uma das áreas mais bem vigiadas da Rússia chocou a oposição russa e provocou forte condenação internacional.

Amigos e parentes do opositor, de 55 anos, dizem que ele foi morto por ordem de altos funcionários do governo para silenciar a dissidência.

Neste clima de tensão, o presidente russo Vladimir Putin concedeu nesta segunda-feira uma medalha a um dos suspeitos do assassinato do ex-agente secreto Alexander Litvinenko, envenenado com polônio em Londres em 2006.

O Kremlin anunciou uma série de condecorações, incluindo a Andrei Lugovoi, parlamentar que foi indiciado pela justiça britânica pela morte de Litvinenko, um ex-agente do serviço de segurança russo FSB e que trabalhava para o MI6 britânico.

A polícia britânica acredita que o isótopo radioativo foi colocado no chá de Litvinenko por Lugovoi e Dmitri Kovtun em um hotel de Londres em 1º de novembro de 2006.

Em uma carta escrita em seu leito de morte, Litvinenko acusou Putin de ter ordenado seu assassinato.

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Moscou - Um amigo e partidário do opositor russo Boris Nemtsov chamou de "absurda" a hipótese de que o assassinato teria sido cometido por islamitas radicais.

Uma das hipóteses levantadas pelos investigadores é que o ex-primeiro-ministro foi assassinado por seu apoio à revista satírica francesa Charlie Hebdo, que publicou polêmicas caricaturas do profeta Maomé.

Esta teoria começou a ganhar força no final de semana, após um checheno confessar seu envolvimento no assassinato. A região instável do Cáucaso, de maioria muçulmana, foi o palco em janeiro de uma das maiores manifestações contra a publicação da caricatura de Maomé.

"A versão oficial dos investigadores é muito absurda. Na minha opinião, é o resultado de uma ordem política do Kremlin", disse à AFP Ilya Yashin, co-fundador do movimento Solidarnost, criado após a morte de Nemtsov.

O ativista indicou que Nemtsov nunca expressou qualquer palavra negativa sobre o Islã e apenas criticou o ataque jihadista à revista Charlie Hebdo em janeiro, em Paris, no qual 12 pessoas morreram.

No domingo, Zaur Dadayev, um ex-vice-comandante das forças especiais da Chechênia, foi acusado junto a um funcionário de uma empresa de segurança privada, Anzor Gubashev, pelo assassinato do líder da oposição, e estão sendo processados ​​por agirem como assassinos de aluguel.

O líder checheno Ramzan Kadyrov declarou estar chocado com as prisões e chamou Dadayev de um dos "soldados mais valiosos de seu regimento", referindo-se a ele como alguém "profundamente religioso" e que, como muitos muçulmanos, ficou chocado com o conteúdo da publicação Charlie Hebdo.

"Nosso maior temor se concretizou: o autor dos disparos foi preso, mas o cérebro continua livre", disse Yashin.

O assassinato de Nemtsov em uma das áreas mais bem vigiadas da Rússia chocou a oposição russa e provocou forte condenação internacional.

Amigos e parentes do opositor, de 55 anos, dizem que ele foi morto por ordem de altos funcionários do governo para silenciar a dissidência.

Neste clima de tensão, o presidente russo Vladimir Putin concedeu nesta segunda-feira uma medalha a um dos suspeitos do assassinato do ex-agente secreto Alexander Litvinenko, envenenado com polônio em Londres em 2006.

O Kremlin anunciou uma série de condecorações, incluindo a Andrei Lugovoi, parlamentar que foi indiciado pela justiça britânica pela morte de Litvinenko, um ex-agente do serviço de segurança russo FSB e que trabalhava para o MI6 britânico.

A polícia britânica acredita que o isótopo radioativo foi colocado no chá de Litvinenko por Lugovoi e Dmitri Kovtun em um hotel de Londres em 1º de novembro de 2006.

Em uma carta escrita em seu leito de morte, Litvinenko acusou Putin de ter ordenado seu assassinato.

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