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Nos EUA, pilotos curiosos atrapalham socorro em desastres

Equipe de resposta a desastres encontram enxames de drones quando sobrevoaram regiões devastadas por inundações com seus equipamentos

Tempestade Harvey: “O que exatamente estão fazendo que não seja turismo de desastres?”, disse o chefe da equipe (Adrees Latif/Reuters)

Tempestade Harvey: “O que exatamente estão fazendo que não seja turismo de desastres?”, disse o chefe da equipe (Adrees Latif/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2017 às 14h59.

Última atualização em 8 de setembro de 2017 às 16h23.

Washington - Enquanto operavam uma frota de drones sobre regiões devastadas por inundações no Texas para ajudar socorristas e inspecionar diques, Robin Murphy e sua equipe de veteranos de resposta a desastres esperavam um céu praticamente vazio.

Em vez disso, quando utilizaram um aplicativo de rastreamento de drones no condado de Fort Bend, a sudoeste de Houston, o que viram foi um enxame de veículos com câmeras no ar, apesar da proibição federal a todas as operações, com exceção daquelas com autorização especial.

“O que exatamente estão fazendo que não seja turismo de desastres?”, disse Murphy, que colabora com respostas a desastres há mais de uma década e é diretora do Centro de Pesquisa e Salvamento Assistido por Robô da Universidade Texas A&M.

A destruição em massa provocada pelo furacão Harvey foi um momento seminal para os operadores de drones ao provar que eles são capazes de efetivamente mapear inundações, localizar pessoas com necessidade de resgate e verificar danos para acelerar pedidos de seguros. Mas o evento também ilustrou o lado negativo de uma tecnologia que se expandiu tão amplamente que atraiu usuários irresponsáveis que prejudicaram as equipes de emergência.

Murphy e outros operadores de drones licenciados pela Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) disseram que assistiram com tristeza, na semana passada, pessoas publicarem fotos e vídeos nas redes sociais gabando-se por seus drones voadores enquanto bebiam cerveja ou exortando proprietários de drones a desobedecerem a lei.

Em meio aos preparativos para operações semelhantes de auxílio após o furacão Irma, uma poderosa tempestade de categoria 5 que se aproxima da Flórida e que deverá tocar terra nos EUA durante o fim de semana, eles se preparam para o pior.

No ano passado, a FAA aprovou pela primeira vez regulamentos que permitem voos de rotina de pequenos drones comerciais, o que possibilita o influxo após o Harvey.

Ainda assim, os voos são limitados a baixas altitudes e os operadores devem manter os aparelhos à vista. A agência não respondeu a um pedido enviado por e-mail para comentar se havia iniciado alguma medida de cumprimento da lei relacionada aos voos recentes no Texas.

“Em qualquer indústria jovem, durante momentos cruciais em seu desenvolvimento, haverá aspectos positivos e haverá passos errados e equívocos com os quais será preciso aprender”, disse Brian Scott, dono de uma empresa de drones que fez parte de uma equipe improvisada conhecida como Humanitarian Drones, que ajudou as autoridades locais em Houston, Port Arthur e Rockport.

Em Rockport, que fica na costa do Golfo do México e que sofreu grandes danos, sua equipe de seis drones conseguiu fotografar 1.650 residências e transferir os dados para integrantes do governo local, disse Scott. As informações serão utilizadas no pedido da comunidade por assistência para casos de desastres dos EUA, disse ele.

“Nós fizemos essencialmente em dois dias e meio o que teria levado duas semanas em solo”, disse ele. “Esse é o tipo de eficiência que proporcionamos a eles.”

Em caso de danos por inundação dentro de uma casa, ainda é preciso que um ser humano faça uma avaliação, disse Kristina Tomasetti, diretora de inovação estratégica da USAA Capital. A empresa usou veículos não tripulados em cerca de 50 casos até o momento, disse Tomasetti.

“Nosso objetivo final não é usar drones em todos os lugares”, disse Tomasetti. Ainda assim, são ferramentas úteis que a empresa está adotando, afirmou.

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