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Petróleo pode subir de 30% a 60% em dez anos, diz estudo

Relatório da Ernst & Young em parceria com Fundação Getúlio Vargas traça projeções do crescimento e do impacto da indústria de combustíveis no Brasil e no mundo

Relatório diz que o pré-sal terá pouco impacto sobre a economia do Brasil (Divulgação)

Relatório diz que o pré-sal terá pouco impacto sobre a economia do Brasil (Divulgação)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 21 de setembro de 2011 às 14h54.

São Paulo – Até 2020, o preço do petróleo pode subir de 35% a 60% em relação à média registrada no ano de 2010. A previsão é de um estudo lançado nesta quarta pela consultoria Ernst & Young em parceria com Fundação Getúlio Vargas, que traz análises e projeções sobre demanda e oferta de combustíveis fósseis e renováveis.

De acordo com o relatório “Brasil Sustentável: Perspectivas para os mercados de petróleo, gás e etanol”, o consumo mundial de petróleo em 2020 chegará a 85 milhões de barris por dia, cerca de 2% a mais em relação ao ano passado. Este baixo crescimento será resultado direto da alta dos preços, que ocorrerá por causa dos elevados custos de produção em um cenário de oferta limitada.

Em geral, aqueles que lideram a produção do óleo no mundo atualmente, como Estados Unidos e os países da Opep, em especial a Arábia Saudita, e cujo poder de mercado influenciam a dinâmica de preços do óleo, já tiveram seus picos de produção no passado. O esperado é que novas reservas, se encontradas, serão de menor qualidade e maior custo de produção.

“À medida em que as fontes de petróleo mais baratas são exauridas e repostas pela incorporação de fontes de mais difícil extração, há uma elevação no custo de produção”, destaca o estudo. O quadro só não será pior porque novas fronteiras petrolíferas vão expandir a produção do óleo. É o caso do pré-sal brasileiro, que aumentará em 77% a oferta efetiva de petróleo do país.

Petróleo brasileiro será 5% da produção mundial

Segundo o estudo, a expansão no consumo e produção de petróleo migrará dos países desenvolvidos para os em desenvolvimento. Em dez anos, o Brasil vai responder por 5% da produção de petróleo (contra 3% hoje).


E o nosso consumo interno do recurso fóssil vai disparar quase 30%, chegando a representar 4% da demanda mundial até 2020. Acompanhando a tendência no mercado internacional, nos próximos dez anos, o litro da gasolina no Brasil pode alcançar um preço de R$ 2,49 a R$ 3,53, representando desde uma queda de 1% até um acréscimo de 41%.

Apesar da importância das novas reservas, o relatório manda por água abaixo a crença de que a produção do pré-sal teria impacto expressivo sobre as exportações e a economia do país. Em função do alto consumo interno, a produção de petróleo brasileira “será apenas parcialmente revertida em exportações, que alcançarão o fim da década representando apenas cerca de 600 mil barris/dia em 2020”.

Em cifras, as exportações geradas pelo pré-sal se traduzirão em 27,9 bilhões de dólares por ano, um impacto positivo de apenas cerca de 0,4 ponto percentual para o PIB brasileiro em 2020, diz o estudo.

Estímulo para renováveis

Ainda de acordo com o relatório, a alta dos preços do combustível fóssil deve levar ao favorecimento das fontes de energia renováveis em todo o mundo. No caso do etanol, a demanda deve seguir a tendência atual, e se manter à frente da oferta, ocasionando uma escalada de preços. A previsão para cotação média do etanol no mercado internacional chega a 125,9% até 2020.

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