Mundo

Pesquisas mostram vitória arrasadora de Fernández sobre Macri

Pesquisas recentes indicam que Alberto Fernández vencerá Mauricio Macri no primeiro turno das eleições na Argentina

Argentina: para vencer uma eleição no 1º turno, o candidato tem que superar os 45% dos votos ou obter mais de 40% e uma diferença de 10 pontos do 2º colocado (Carol Smiljan/Getty Images)

Argentina: para vencer uma eleição no 1º turno, o candidato tem que superar os 45% dos votos ou obter mais de 40% e uma diferença de 10 pontos do 2º colocado (Carol Smiljan/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 9 de setembro de 2019 às 15h44.

Buenos Aires — O candidato de oposição Alberto Fernández derrotaria o presidente argentino, Mauricio Macri, nas eleições de outubro por uma vantagem ainda maior que a diferença esmagadora que obteve nas primárias de agosto, segundo as pesquisas mais recentes divulgadas no país.

Os dados vêm à tona após semanas de silêncio dos institutos de pesquisa na esteira das primárias, nas quais poucos levantamentos anteciparam a vitória arrasadora da centro-esquerda peronista sobre o governo — resultado que acelerou uma crise causada pela desconfiança dos investidores.

Fernández, cuja colega de chapa é a ex-presidente Cristina Kirchner, deve vencer a eleição com 51,5% dos votos contra 34,9% de Macri, segundo pesquisa da empresa Ricardo Rouvier & Asociados.

"O que vejo é uma consolidação do resultado" das primárias, disse à Reuters o analista Julio Burdman, cuja consultoria Observatorio Electoral ainda está concluindo suas pesquisas de opinião.

O líder de oposição deve obter 51,9% dos votos nas eleições gerais de outubro, frente a 34% do neoliberal Macri, e conquistar a Presidência sem a necessidade de um segundo turno, de acordo com a sondagem mais recente da consultoria Trespuntozero.

Para a empresa Clivajes, Fernández receberá 52,6% dos votos, e Macri, o candidato preferido dos mercados, ficará com 32,5%.

Nas primárias, que não definiram resultados, mas funcionaram como um levantamento preciso para a votação, Fernández ficou com 47,78% dos votos frente ao 31,79% de Macri, que ficou praticamente sem chances de se reeleger. Se os votos em branco não tivessem sido contabilizados, como acontecerá nas eleições gerais, os votos de Fernández teriam superado os 49%.

Na Argentina, para vencer uma eleição no primeiro turno o candidato mais votado tem que superar os 45% dos votos ou obter mais de 40% e uma diferença de 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado.

Em um cenário econômico que já mostrava problemas sérios, o resultado das primárias desencadeou uma crise financeira severa devido aos temores de que Macri enfrente um vazio de poder e que Fernández reinstaure controles rígidos sobre a economia caso vença e tome posse em dezembro.

Os mercados da Argentina haviam subido no pregão anterior às primárias por excesso de otimismo e, após o resultado eleitoral, muitos institutos de pesquisa receberam críticas fortes por errarem amplamente seus prognósticos -- um deles chegou a prever um triunfo de Macri.

Entre os erros possíveis das sondagens, alguns especialistas assinalaram a falta de entrevistas cara a cara e a dificuldade de falar com jovens por telefone. A classe baixa e os jovens são os que mais apoiam Fernández.

Acompanhe tudo sobre:Alberto FernándezArgentinaEleiçõesMauricio Macri

Mais de Mundo

Donald Trump nomeia Susie Wiles como chefe de gabinete

Milei terá encontro com Trump na semana que vem nos Estados Unidos

Setores democratas atribuem derrota de Kamala à demora de Biden para desistir da disputa

Pelúcias inspiradas na cultura chinesa viralizam e conquistam o público jovem