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Peru aprova fim da reeleição para todos os membros do Congresso

Através de um referendo, 78,05% dos eleitores aprovaram o fim da reeleição dos parlamentares em 2021

Peru: 80,53% foram contrários ao retorno do Congresso bicameral, como desejava o presidente Vizcarra (Reinician Sesión del Pleno del Congreso/Wikimedia Commons)
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AFP

Publicado em 10 de dezembro de 2018 às 11h59.

Os peruanos aprovaram, no domingo (9), uma medida que impede a reeleição de todos os membros do Congresso em 2021, em um referendo sobre reformas constitucionais propostas pelo presidente Martín Vizcarra para combater a corrupção.

No total, 78,05% dos eleitores aprovaram o fim da reeleição dos parlamentares, e 80,53% foram contrários ao retorno do Congresso bicameral, como desejava o presidente Vizcarra, de acordo com a apuração de 83,69% das urnas.

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Apenas 13,07% votaram a favor da reeleição dos congressistas, de acordo com o Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE). Trata-se de uma grande vitória política para Vizcarra e de uma contundente derrota para o partido de Keiko Fujimori, que controla o Congresso.

O resultado significa que, em 28 de julho de 2021, todos os 130 integrantes do Congresso unicameral peruano perderão seus mandatos.

"Este referendo é o início de uma mudança que nós buscamos para o Peru e para todos os peruanos", disse Vizcarra durante uma reunião com seus ministros após a votação.

Vizcarra apresentou as propostas de reforma em 28 de julho, em resposta ao escândalo de corrupção que afeta o Poder Judiciário.

Dominado pela oposição fujimorista, o Congresso aprovou as medidas com relutância depois que o presidente ameaçou fechar o Parlamento e convocar eleições legislativas em um momento de grande desprestígio dos políticos.

A apuração também demonstra o grande apoio a outras duas propostas de Vizcarra: reformar o órgão que designa os juízes peruanos (78,82%) e regulamentar o financiamento dos partidos políticos (78,39%).

Mais de 24 milhões de cidadãos deveriam marcar "sim", ou "não", para cada uma das quatro propostas no referendo, que foi monitorado por uma Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA). O informe dessa delegação deve ser divulgado nesta segunda.

A votação começou com atraso em muitas partes, devido "à ausência de mesários, ou de voluntários que quisessem trabalhar", afirmou a missão da OEA.

"Do que observamos nos centros visitados (em Lima e no vizinho porto do Callao), um grande número de mesas abriu com atraso", declarou a chefe da Missão da OEA, a dominicana Mirou Tavárez Mirabal.

Cerca de 50.000 militares e 20.000 policiais foram mobilizados para garantir a ordem no domingo.

O referendo coincidiu com o segundo turno das eleições de governadores em 15 das 25 regiões do Peru. Os resultados serão divulgados hoje pelo ONPE.

Reflexo da situação nacional, 18 dos 30 candidatos em disputa enfrentam investigações, ou processos judiciais que podem colocá-los para a cadeia.

Em Lima, um candidato está foragido da Justiça e, na região de Arequipa, ao sul, pesam três denúncias por estupro contra outro concorrente.

Este ano, o país viveu várias turbulências políticas e escândalos, como a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski à presidência em março e o pedido de asilo do ex-presidente Alan García, rejeitado pelo Uruguai.

Esta será a primeira vez que se reformará, por meio de um referendo, a Constituição em vigor desde 1993.

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