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Peres: Abbas continua sendo 'um sócio sério para a paz'

"Tentei dissuadi-lo de recorrer (à ONU). Mas acredito que continua sendo um sócio sério para a paz, é um homem sério e eu o respeito", disse Peres

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2012 às 19h40.

Jerusalém - O líder palestino, Mahmud Abbas, continua sendo "um sócio sério para a paz", apesar do reconhecimento da Palestina como Estado observador não membro das Nações Unidas, em 29 de novembro, disse o presidente israelense, Shimon Peres, em uma entrevista exclusiva à AFP.

"Tentei dissuadi-lo de recorrer (à ONU). Mas acredito que continua sendo um sócio sério para a paz, é um homem sério e eu o respeito", disse Peres.

O presidente israelense, que aos 89 anos é um dos últimos fundadores de Israel ainda vivos, reconheceu que Abbas demonstrou coragem ao desafiar a oposição de Israel e dos Estados Unidos para recorrer à ONU.

Também mostrou essa coragem "ao se posicionar energicamente contra o terrorismo e a favor da paz", reconheceu Peres, prêmio Nobel da Paz, em uma entrevista concedida à AFP.

Peres contou ter dito a Abbas "Espere, por que ir tão depressa?". "Mas ele se sentiu abandonado por nós, pelos Estados Unidos, pela Europa e pelo resto do mundo, e queria fazer algo", disse o presidente israelense, que está linha de frente da política de seu país há mais de meio século.

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou em 29 de novembro uma resolução apresentada por Abbas que concede à Palestina o status de Estado observador na ONU, uma vitória diplomática de peso, mas que expôs os palestinos a sanções israelenses.

Diante do que considerou um "ataque contra o sionismo, contra o Estado de Israel", o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou a construção de novos assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, além do bloqueio de 460 milhões de shekels (cerca de 92 milhões de euros ou 120 milhões de dólares) em impostos que Israel tinha que transferir à Autoridade Palestina em dezembro.


Peres falou da "crise de confiança" entre as partes e considerou que o Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU) "tem que voltar a ser um órgão de negociações" porque tem legitimidade para isso.

"O Quarteto começou a fazer um bom trabalho, mas foi interrompido por diferentes motivos, mas agora acredito que deve voltar", acrescentou.

"Acredito que encerramos um capítulo e que agora é preciso reabrir outro, o das negociações", pediu Peres, apesar de reconhecer que terá que esperar as eleições legislativas em Israel de 22 de janeiro, em que a coalizão de direita de Netanyahu é a grande favorita.

Oficialmente, as negociações de paz estão suspensas desde setembro de 2010, mas pararam de fato em 2008. Para retomá-las, Mahmud Abbas pede o fim da colonização israelense e o reconhecimento das fronteiras de junho de 1967 como base para começar a negociar.

O chefe da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, pediu esta semana que a ideia de Quarteto Diplomático seja abandonada, por ser um sistema que, para ele, não está dando resultados para alcançar a paz. A Rússia também afirmou em novembro que o Quarteto já estava superado e pediu uma cooperação mais estreita com a Liga Árabe.

O Quarteto para o Oriente Médio, cujo emissário é o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, foi criado em 2002, mas nunca chegou a ter influência nas negociações de paz.

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Jerusalém - O líder palestino, Mahmud Abbas, continua sendo "um sócio sério para a paz", apesar do reconhecimento da Palestina como Estado observador não membro das Nações Unidas, em 29 de novembro, disse o presidente israelense, Shimon Peres, em uma entrevista exclusiva à AFP.

"Tentei dissuadi-lo de recorrer (à ONU). Mas acredito que continua sendo um sócio sério para a paz, é um homem sério e eu o respeito", disse Peres.

O presidente israelense, que aos 89 anos é um dos últimos fundadores de Israel ainda vivos, reconheceu que Abbas demonstrou coragem ao desafiar a oposição de Israel e dos Estados Unidos para recorrer à ONU.

Também mostrou essa coragem "ao se posicionar energicamente contra o terrorismo e a favor da paz", reconheceu Peres, prêmio Nobel da Paz, em uma entrevista concedida à AFP.

Peres contou ter dito a Abbas "Espere, por que ir tão depressa?". "Mas ele se sentiu abandonado por nós, pelos Estados Unidos, pela Europa e pelo resto do mundo, e queria fazer algo", disse o presidente israelense, que está linha de frente da política de seu país há mais de meio século.

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou em 29 de novembro uma resolução apresentada por Abbas que concede à Palestina o status de Estado observador na ONU, uma vitória diplomática de peso, mas que expôs os palestinos a sanções israelenses.

Diante do que considerou um "ataque contra o sionismo, contra o Estado de Israel", o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou a construção de novos assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, além do bloqueio de 460 milhões de shekels (cerca de 92 milhões de euros ou 120 milhões de dólares) em impostos que Israel tinha que transferir à Autoridade Palestina em dezembro.


Peres falou da "crise de confiança" entre as partes e considerou que o Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU) "tem que voltar a ser um órgão de negociações" porque tem legitimidade para isso.

"O Quarteto começou a fazer um bom trabalho, mas foi interrompido por diferentes motivos, mas agora acredito que deve voltar", acrescentou.

"Acredito que encerramos um capítulo e que agora é preciso reabrir outro, o das negociações", pediu Peres, apesar de reconhecer que terá que esperar as eleições legislativas em Israel de 22 de janeiro, em que a coalizão de direita de Netanyahu é a grande favorita.

Oficialmente, as negociações de paz estão suspensas desde setembro de 2010, mas pararam de fato em 2008. Para retomá-las, Mahmud Abbas pede o fim da colonização israelense e o reconhecimento das fronteiras de junho de 1967 como base para começar a negociar.

O chefe da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, pediu esta semana que a ideia de Quarteto Diplomático seja abandonada, por ser um sistema que, para ele, não está dando resultados para alcançar a paz. A Rússia também afirmou em novembro que o Quarteto já estava superado e pediu uma cooperação mais estreita com a Liga Árabe.

O Quarteto para o Oriente Médio, cujo emissário é o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, foi criado em 2002, mas nunca chegou a ter influência nas negociações de paz.

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